Remessas internacionais: Brasil abre frente para parcerias entre fintechs e grandes instituições
Regulação e experiência do cliente estão fazendo a diferença nesse mercado.
As transações transfronteiriças têm caminhado para se tornarem mais fluidas e fáceis, mas ainda há barreiras a transpor no mercado de remessas internacionais. Fintechs especializadas começaram a revolucionar o setor ao aumentar a oferta de produtos financeiros em moeda estrangeira. Somado a elas, contas globais passam a ser ofertadas por bancos e há um novo marco legal no setor de câmbio.
“Câmbio é pagamento em outra moeda”, sintetizou Luiz Didier Jr., CEO do Bexs Banco, ao participar de painel durante a Febraban Tech 2023, realizada de 27 a 29 de junho em São Paulo. Didier apontou que houve evolução no setor, a partir de atuação do Banco Central facilitando as transações entre pessoas físicas, mas elas ainda são lentas.
Uma visão corroborada por Yves Berbert, country manager da Wise no Brasil. “Os reguladores estão estudando. Teve simplificação e estamos vendo movimento de mais simplificação. É um cenário empolgante e reconfortante. Vejo uma evolução gigantesca e estou animado para onde conseguimos chegar”, acrescentou Berbert. Para o country manager da Wise no Brasil, ainda tem espaço para parcerias entre fintechs e grandes instituições.
A expansão e democratização dos produtos em moeda estrangeira passam também por uma colaboração entre as empresas atuantes no setor. Flavia Gomes Figueira, head de TI para produtos de câmbio e comércio exterior do Santander, destacou que fintechs e bancos podem, sim, ser parceiros. E Guilherme Assis, cofundador e CEO da Gorila, apontou que a combinação entre regulação e tecnologia leva para mais concorrência. “A barra fica mais baixa para os entrarem e mudarem o mercado. Existe um ambiente colaborativo e competitivo e, no fim do dia, a briga está na experiência do usuário; a competição sempre acaba caindo na experiência”, assinalou Assis.
Aumentando o coro, Didier Jr., do Bexs Banco, resumiu que o ponto crucial está no acesso e na experiência do cliente. “É um mercado enorme, imenso, e ainda estamos engatinhando quando fala em acesso. A grande próxima fronteira é como acessamos o mundo, como fazemos as integrações, porque, no fundo, se trata de pagamento e recebimento”, disse o CEO.