Governo de Brasília retoma Parque Tecnológico com laboratório de 5G e incubadora
O governo do Distrito Federal anunciou nesta quarta, 26/6, uma nova retomada do Parque Tecnológico de Brasília, projeto que sofre para sair da prancheta a duas décadas. O pontapé nessa nova encarnação é um acordo de cooperação com a Huawei, que vai instalar no parque um ambiente permanente de testes para 5G.
“Fico alegre em tirar do papel o projeto da cidade digital e do Biotic. Estamos realmente implementando esse Parque, que também inclui a criação da Universidade Distrital, totalmente voltada a tecnologia e ciências, e incentivo às startups, pois delas virão os empregos do século 21”, celebrou o governador da capital, Ibaneis Rocha.
Segundo a Huawei, em cerca de 10 dias um dos três andares disponíveis no edifício da Biotic S/A – a empresa criada para ser a gestora do Parque Tecnológico da capital – vai receber equipamentos para demonstrar o uso de conexões de quinta geração.
“Nossa ideia é que vá além dos testes de frequência, para fazer WTTX, fazer a cobertura de todo um andar em WiFi 6, algo de CPE indoor. Como a frequência do 5G vai ser solicitada para fins de teste, mas ainda não temos dispositivos móveis 5G no Brasil, a ideia é que essa experiência do 5G seja feita por meio do WiFi 6”, explica o diretor de relações governamentais da Huawei, Atilio Rulli.
Com objetivos ambiciosos para a nova versão do parque tecnológico, o próprio governador já deu pistas de que a parceria pode evoluir para o monitoramento por vídeo câmeras e uso de ferramentas de reconhecimento facial. Assim como o 5G poderá ser experimentado no Parque, tudo indica que logo em seguida o mesmo se dará com ferramentas de monitoramento de veículos e biometria.
“Já estamos trabalhando em uma PPP de iluminação pública que vai permitir a instalação de câmeras e de internet em diversos locais. E estamos trabalhando em vários projetos para que na metade do governo a gente consiga chegar nessa cidade digital. O 5G antecipa muito esse projeto”, afirmou Ibaneis Rocha. Para o governador, não cabe ao Brasil importar as rusgas contra a fabricante chinesa. “Não podemos entrar na guerra entre EUA e China, que é muito mais comercial do que tecnológica”, afirmou.
Junto ao anúncio do acordo com a Huawei, foi também anunciado um programa de aceleração de empresas tecnológicas iniciantes pelo BRB, o Banco de Brasília. “Criamos um programa de inovação que vai selecionar empresas, especialmente em setores de Fintechs, de Insurtechs que são as empresas de seguro, e um braço para projetos de governo digital”, diz o presidente do banco, Paulo Henrique Costa. “Devemos ter pelo menos R$ 15 milhões nesse primeiro ciclo de aceleração”, completou.