A inteligência artificial é hoje uma realidade, já está embarcada e transformando a forma de viver na Terra, sentenciou Alexandre Maioral, presidente da Oracle Brasil, ao abrir o Data & AI Forum, em São Paulo, nesta terça-feira, 26/8. “Muita coisa que estamos vendo é usar inteligência artificial para fazer o básico bem feito, fazer melhor e a outra parte é para gerar novas receitas, novos negócios dentro de negócios que já existem. E estamos falando em estar pronto para o futuro com a inteligência artificial sendo um aliado nosso”, disse Maioral.
Mas, ao mesmo tempo em que apontou que IA é realidade, destacou que, na prática, a IA não pode ser tecnologia por tecnologia. É preciso achar casos de uso que transformem os negócios. “Não façam IA só por fazer, comece achando um processo da empresa em que a IA vá levá-lo para outro patamar e com isso vai ter novas oportunidades de crescimento dos negócios para fazer coisas diferentes e distintas”, assinalou.
Com a inteligência artificial expandindo-se no mercado corporativo, os diretores de IA (CAIO, na sigla em inglês) precisam estar preparados, tanto do ponto de vista da tecnologia (desenvolvendo as capacidades, priorizando dados e estabelecendo governança e segurança) como de negócios, com definição de pilares estratégicos, entendendo por onde começar (board e problemas reais de negócios com casos de uso); quem envolver (sugerir MVP nas LOBs); como fazer dar certo (ecossistema de valor); e como ser sustentável.
Nessa linha, Leandro Vieira, vice-presidente-sênior para IA e nuvem para Oracle na América, resumiu que as companhias devem começar a partir da identificação de resultados reais de negócios. “IA não é hype, é realidade”, frisou, citando o Gartner que diz que passamos os últimos dez anos focando em “cloud-first”, mas a mentalidade agora precisa mudar para “AI-first”. Para isso, trazer o líder de negócio para junto da jornada e pensar em que tipo de atividade e iniciativa de negócio podem ser atendidas são fundamentais.
“A forma como interagimos com dispositivos vai mudar, porque vamos interagir com agentes que vão fazer interação com dados, saindo da visão de silos. E, cada vez mais, a interação entre sistemas vai mudar”, assinalou Vieira.
Oracle quer ser ecossistema; e não um único provedor de tecnologia
Nessa jornada, a Oracle vem se transformando de empresa de banco de dados para ser um ecossistema de IA. “O Larry Ellison sempre teve visão de visionário e sempre teve a estratégia muito clara na cabeça dele, mas acho que no dia a dia a empresa em algumas vezes foi para rotas diferentes. A grande retomada foi o entendimento da necessidade de dados, que é o nosso centro gravitacional, onde a gente nasceu. Dados estruturados, não-estruturados, conhecimento de dados com segurança e com robustez que a gente tem”, detalhou Maioral.
Com vetorização e multicloud, que o cliente pode rodar em outras nuvens, a Oracle fez uma virada de se mostrar como plataforma aberta, como ecossistema. “O cliente pode estar rodando dados na Google, na Microsoft, na AWS ou na Oracle, não importa onde esteja, a gente consegue acessar e trazer colocar a capa de inteligência artificial. Mais do que isso, a gente não está enxergando inteligência artificial só como LLM — por isso, a gente não tem um LLM e, na verdade, os clientes que têm a nossa plataforma escolhem o LLM que quiserem, o que é melhor para eles”, disse. “Esse ecossistema aberto eu acho que nos posicionou muito bem e muito diferencial”, acrescentou.
Como pano de fundo, o executivo assinala que poucas empresas vão ter a capacidade de comprar GPUs e de fazer investimentos para desenvolver modelos de linguagem. “Para o mercado, principalmente da América Latina, Brasil, a gente não acredita que vai ter aquisição de GPUs por empresas para montar seu próprio LLM. Mas vão utilizar isso de alguma forma, utilizando dentro de plataformas como a Oracle está oferecendo.”
