
A OpenAI, criadora do ChatGPT, está preparando uma oferta pública inicial de ações (IPO) que pode avaliá-la em até US$ 1 trilhão, segundo a agência Reuters. Os planos, que podem se concretizar entre o fim de 2026 e 2027, vêm à tona em meio a prejuízos crescentes, estimados em US$ 11,5 bilhões no último trimestre e com projeções de perda anual próxima de US$ 27 bilhões em 2025.
O CEO da empresa, Sam Altman, afirmou em uma transmissão ao vivo na terça, 29/10, que “abrir o capital é o caminho mais provável para a OpenAI, dado o tamanho do investimento necessário”. O movimento daria à empresa acesso mais direto a capital, permitiria aquisições com ações listadas em bolsa e ajudaria a financiar o ambicioso plano de Altman de investir trilhões de dólares em infraestrutura de inteligência artificial.
De acordo com três fontes citadas pela Reuters, a OpenAI discute uma captação inicial de US$ 60 bilhões em novas ações — valor que se refere ao montante levantado, não à avaliação total. Se a empresa mantiver a maior parte de suas ações sob controle privado, o IPO poderia facilmente elevar sua capitalização para a casa do trilhão de dólares, um marco inédito no setor de tecnologia.
A diretora financeira Sarah Friar teria indicado a contatos próximos que a meta é listar a empresa em 2027, embora alguns assessores financeiros apontem 2026 como um cenário possível.
A preparação para o IPO ocorre logo após uma reorganização societária concluída em 28 de outubro, que reduziu a dependência da OpenAI em relação à Microsoft — investidora que já aportou US$ 13 bilhões e detém 27% da empresa. A reorganização criou a OpenAI Foundation, uma entidade sem fins lucrativos que agora controla 26% do grupo e pode ampliar sua participação se metas de desempenho forem atingidas.
Atualmente, a OpenAI é avaliada em cerca de US$ 500 bilhões no mercado privado, mas enfrenta uma deterioração acelerada em suas finanças. Segundo estimativas obtidas pela Reuters, a empresa deve atingir US$ 20 bilhões em receita neste ano, mas suas perdas já superam metade desse valor em um único trimestre.
Os números da Microsoft ajudam a dimensionar o problema: a gigante relatou que sua fatia nas perdas da OpenAI reduziu seu lucro líquido em US$ 3,1 bilhões no trimestre encerrado em 30 de setembro — o que implica que a OpenAI perdeu cerca de US$ 11,5 bilhões no mesmo período.
Outros levantamentos indicam que a empresa segue queimando caixa. De acordo com o site The Information, a OpenAI registrou US$ 4,3 bilhões em receitas e US$ 13,5 bilhões em prejuízos apenas na primeira metade de 2025. A publicação calcula que, se essa tendência continuar, o déficit anual pode chegar a US$ 27 bilhões, triplo de sua receita projetada.
Em termos relativos, isso significa que para cada dólar adicional de faturamento, a OpenAI está gastando quase US$ 8 — um ritmo de custos que desafia qualquer modelo de crescimento sustentável, mesmo em um setor de inovação acelerada.





