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Trump cria plano com 90 ações para tornar EUA líder global em inteligência artificial e quer mais data centers

Muitas das medidas são consideradas polêmicas, como eliminar referências ao aquecimento global, desinformação e ações de diversidade

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta quarta, 23/7, um plano para acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial no país. O plano inclui 90 ações que prometem reduzir burocracias, facilitar a construção de data centers e ampliar a força de trabalho especializada em IA.

Chamado de “AI Action Plan“, o documento marca uma mudança radical em relação à abordagem cautelosa do governo Biden, priorizando a inovação acelerada e a competição global, especialmente contra a China.

Entre as medidas polêmicas está a orientação para que o Departamento de Comércio remova referências às mudanças climáticas de seu framework de gestão de riscos em IA e a ameaça de cortar verbas federais para estados que criarem obstáculos ao desenvolvimento da tecnologia.

As orientações também visam eliminar referências a desinformação, diversidade, equidade e inclusão (DEI) das estruturas federais de avaliação de risco. A Comissão Federal de Comunicações (FCC) também deverá avaliar se as regulamentações estaduais de IA interferem em suas obrigações.

O plano reconhece que a explosão da demanda por data centers exigirá investimentos maciços em energia. O governo dos EUA defende a inclusão de reatores nucleares modulares e fusão nuclear na matriz energética para sustentar a IA, além de acelerar licenças ambientais para construção de infraestrutura crítica.


Uma das principais diretrizes do plano é a facilitação da construção de centros de dados, essenciais para o funcionamento da IA. As recomendações incluem a possível criação de uma nova licença sob a Lei da Água Limpa para centros de dados e novas exclusões sob a Lei de Política Ambiental Nacional para atividades relacionadas a esses centros que “normalmente não têm um efeito significativo no meio ambiente”. Além disso, agências com “portfólios de terras significativos” são orientadas a identificar locais para centros de dados e usinas de energia.

Grupos ambientalistas criticam o plano, acusando-o de priorizar o crescimento a qualquer custo e de subsidiar combustíveis fósseis e cortar incentivos a energias renováveis. O plano também prevê a flexibilização de leis ambientais, como a exclusão automática de data centers de avaliações de impacto sob o National Environmental Policy Act (NEPA). Críticos alertam que a medida pode acelerar a poluição em comunidades vulneráveis.

A segurança nacional é um tema central, mencionada 23 vezes no plano. A estratégia foca na integração da IA no aparato de defesa e inteligência dos EUA, sob a justificativa de proteção contra ameaças estrangeiras, especialmente chinesas. O plano busca barrar a tecnologia estrangeira, como chips e hardware fabricados na China, da cadeia de suprimentos dos EUA.

Além disso, agências federais trabalharão para coletar informações sobre projetos estrangeiros de IA que possam ameaçar a segurança nacional americana, e o Departamento de Comércio será encarregado de avaliar a conformidade de modelos de IA chineses com os pontos de vista e a “censura do Partido Comunista Chinês”.

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