Opinião

Perdido nas nuvens: o valor de uma escolha estratégica

Já faz alguns anos que a nuvem deixou de ser tendência para se transformar em uma habilitadora mandatória para a jornada dos negócios que querem crescer e escalar de forma contínua e sustentável. Projeções do Gartner mostram que mais de US$ 1,3 trilhão em gastos corporativos com TI devem ser aplicados à mudança para a nuvem em 2022. Um valor que deve chegar a quase US$ 1,8 trilhão em 2025. Os altos investimentos serão amplificados pela introdução de novas tecnologias, incluindo a nuvem distribuída, fazendo com que a linha entre as ofertas tradicionais e a nuvem se torne ainda mais tênue e interconectada.

A corrida para mergulhar nesse universo e aproveitar todos seus benefícios, no entanto, guarda alguns obstáculos. No emaranhado de soluções e opções disponíveis, a escolha da nuvem não pode ser feita às pressas. Mover as peças do tabuleiro para iniciar um novo jogo requer calma e uma análise completa, capaz de suportar uma estratégia inteligente de ponta a ponta. Para não ficar perdido nas nuvens, o primeiro passo é definir o modelo que mais se encaixa ao perfil, propósitos e objetivos de longo prazo da empresa.

Outro ponto a se considerar é o stack complementar à nuvem. A definição do modelo e do provedor cloud é só a ponta do iceberg. Pense na migração para a cloud como a compra de um carro. Ao chegar à concessionária você está tão preocupado com o modelo e a cor do veículo que, muitas vezes, nem lembra de conferir os acessórios e outros detalhes. Depois de tudo escolhido, descobre que aquela versão não permite a inclusão de itens que são fundamentais para você, o que gera problemas e, claro, frustração. É exatamente isso que acontece com a nuvem. A ânsia pela migração é tanta que, no momento crucial de escolhas e definições, corremos o risco de deixar de lado a avaliação do todo.

Construindo uma estratégia de valor

Conforme a adesão à nuvem cresce, a complexidade operacional para gerenciar e proteger seus recursos segue o mesmo caminho. Em muitas empresas, esse cenário se torna ainda mais delicado pela necessidade de escalar em uma combinação de ambientes de nuvens privadas e diferentes nuvens públicas. De acordo com o relatório Red Hat Global Customer Tech Outlook 2022, a nuvem híbrida continua sendo a principal estratégia de nuvem para 30% das companhias, somando uma alta de três pontos percentuais. A estratégia multicloud também está crescendo, com 13% dos entrevistados afirmando apostar nessa estratégia.


Coordenar todas essas pontas, obtendo o máximo potencial das nuvens exige a implementação de ferramentas importantes que permitam seu gerenciamento e sua escalabilidade de forma ágil. Segundo previsões da EY, a migração para a nuvem deverá evoluir de uma abordagem lift-and-shif para uma modernização cuidadosamente considerada, metódica e estratégica, atingindo uma visão mais holística. Projetar, implantar e proteger aplicativos que podem ser oferecidos como serviços requer uma nova mentalidade ágil, juntamente com um modelo de desenvolvimento baseado em nuvem que torna viável modificar, rastrear e proteger as centenas de partes móveis das quais esses aplicativos dependem.

Construir essa estratégia de valor não é o caso de um voo solo. Contar com habilitadores de mercado com profundo conhecimento em tecnologias de ponta e ofertas de serviços integrativas é fundamental. A figura do trust advisor aparece como opção para portar valor para a melhor escolha da sua estratégia de nuvem, apontando quais as melhores opções para conectar seus acessórios (estratégia legada, tecnologias emergentes, entre outros) e administrar sua jornada na nuvem de maneira inteligente, com altíssimo retorno. 

Negócios nas nuvens, solução na ponta dos dedos

Os serviços de nuvem permitem que as companhias alcancem novos patamares de forma rápida e segura. Assim, as organizações obtêm uma solução completa e administrada de um serviço que garante tranquilidade, segurança e comodidade. Por meio deles, é possível ganhar velocidade para implementar e desenvolver aplicações mais rapidamente em escala, em diferentes nuvens e localizações.

Além disso, possibilitam que as equipes de DevSecOps (Desenvolvimento, Segurança e Operações) se concentrem no core do negócio, e não na gestão de infraestrutura e ferramentas. Ou seja, habilitam as organizações para que se concentrem no desenvolvimento de aplicações nativas em nuvem e não na manutenção de plataformas.

Essa abordagem muito mais moderna, centrada na plataforma para dimensionar ecossistemas híbridos e multicloud, precisa ser levada em conta na estratégia de nuvem e estar conectada diretamente com a escolha dos provedores, dos ambientes e dos caminhos a serem seguidos para garantir agilidade e sustentação a longo prazo. Uma escolha estratégica permite aumentar a eficiência com segurança e estabilidade, e conferir portabilidade às aplicações sobre diferentes arquiteturas, contando com registros, integração e implantações contínuas (CI/CD).

Este universo é um campo vasto de oportunidades e possibilidades. Ficar perdido nas nuvens não é uma opção para quem entende que o céu não é o limite. Uma escolha clara, com o suporte adequado e uma jornada definida, é o valor estratégico necessário para avançar, com segurança e confiança, em um mercado cada vez mais ágil e competitivo.

*Paulo Ceschin é diretor da divisão de Vendas da Red Hat Brasil

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