Opinião

Qual o papel de regiões de nuvem para a continuidade de negócios?

O ritmo das mudanças na sociedade e na economia tem aumentado constantemente. Seja pelo comportamento do consumidor que está ditando as novas diretrizes de negócios, ou pela necessidade de soluções com alta disponibilidade para fluxos de informação, está cada vez mais claro que as arquiteturas legadas não serão suficientes em um mundo dominado pela mobilidade, em que a conectividade é oferecida com grande largura de banda e baixa latência para milhares de dispositivos. Por isso, a nuvem surge como aliada que sustenta as transformações para o mundo digital e aumenta performance para aqueles que já estão online.

De acordo com o IDC, a tendência é que os investimentos em TI e Telecom para o Brasil em 2021 chegue a um crescimento de +7,1%. Atualmente, quase 43% das empresas pretendem levar algum de seus sistemas de gestão para a nuvem nos próximos 24 meses. Pensando nessa oportunidade de melhoria de serviços, há soluções de nuvem que abrangem maiores áreas geográficas e dão mais opções às companhias.

A disponibilidade de mais de uma região de nuvem (cloud region, em inglês) localizada em um país permite que as empresas construam sistemas complexos e com extrema resiliência a quaisquer tipos de falhas, melhorando a experiência dos clientes finais, além de possibilitar a implementação de planos efetivos de recuperação de desastres (disaster recovery plan ou DRP, em inglês). Com vários datacenters interligados e disponíveis aos clientes, é possível oferecer serviços mais resilientes e que, ao final, serão traduzidos em maior faturamento e melhor atendimento aos clientes.

Recentemente a Oracle lançou sua segunda região no país, reforçando seu compromisso com o Brasil e trazendo mais oportunidade de continuidade aos negócios às companhias. Com este tipo de infraestrutura, as empresas desfrutam de benefícios de multi region e multicloud, tais como:

Disponibilidade e planos de recuperação de desastres (DRP)


Esse tipo de projeto possui disponibilidade contínua com parada operacional próxima a zero. O objetivo é evitar o ponto único de falha. Ao projetar uma arquitetura de sistemas, é importante analisar como uma determinada região de cloud é configurada. Somente assim será possível eliminar pontos únicos, elevando a redundância dos sistemas.

Mesmo assim, se algo der errado, o plano de recuperação de desastres entra em cena com um conjunto de políticas, ferramentas e procedimentos que permitem a recuperação ou continuação dos sistemas vitais para o funcionamento dos negócios da empresa. É importante ressaltar que somente com duas regiões de cloud no mesmo país é possível implementar um site de DRP e manter dados em território nacional.

Soberania de dados

Há uma questão fundamental para algumas linhas de negócios que envolve a Soberania de Dados. Uma vez que há uma segunda região dentro do país, é possível atender essas empresas que, por legislação, precisam manter seus dados dentro das fronteiras de um mesmo território. Esse tipo de solução segue todas as regulamentações e requisitos de conformidade exigidos por órgãos e associações internacionais, fazendo com que os serviços sejam hospedados e geridos dentro do país.

Redução de custos

Algo fundamental neste momento de instabilidade econômica é saber qual será o investimento em cada serviço. Por isso, ao utilizar regiões de nuvem locais é possível investir no projeto em moeda local, economizando com conversões e minimizando oscilações cambiais. A região de nuvem cria ainda um ambiente sem barreiras, amplo e com possibilidades infinitas de crescimento, podendo atender picos de demandas e performance – independentemente do tamanho da empresa.

Serviços multicloud

Com a maturidade e adoção cada vez maior de ambientes de nuvem, o multicloud está se tornando mais comum. Da mesma forma que clientes não compravam hardware de somente um fornecedor, hoje eles buscam vários provedores de nuvem. Em muitos casos o intuito é distribuir cargas para aproveitar o melhor de cada provedor. O desafio é conseguir com que provedores entreguem ambientes nativamente integrados, sem aumentar a complexidade de gerenciamento e conexão entre esses provedores.

Além dos benefícios tangíveis, em um ano em que a economia foi particularmente atingida, o investimento em uma região de nuvem no país também traz energia ao mercado. Ele nos mostra que a economia no Brasil continua girando ao receber este tipo de investimento e que continuamos sendo um centro de inovação com o melhor da infraestrutura tecnológica. Utilizar múltiplas regiões de nuvem como elemento que quebra barreiras de acesso à tecnologia de ponta é um divisor de águas para todos os tamanhos de empresas. Desta forma, é possível repensar estratégias, redefinir processos e planos para dar maior continuidade aos seus negócios. Afinal, todas podem tirar proveito da cloud para se reinventarem neste momento de grande necessidade.

*Marcos Pupo é vice-presidente de Cloud para a Oracle América Latina.

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