Anatel acusa fake news política sobre Starlink no Brasil
Agência diz não fechar parcerias com empresas do setor.
A Anatel divulgou nesta terça, 1º/10, uma nota oficial para rebater o que aponta como fake news sobre a operação da Starlink no Brasil. A agência aponta desinformação, notadamente por políticos de oposição ao governo, de que estaria “se negando a fazer contratos e negócios” com a empresa do bilionário Elon Musk.
O molho ficou mais apimentado com a autorização da agência para operação no Brasil de uma potencial concorrente da Starlink, a e-Space e, claro, com o clima de Fla-Flu turbinado pelo bloqueio do X, ex-twitter, no país e o envolvimento da Starlink, por serem ambas de Musk.
“Nos últimos dias foram veiculadas notícias falsas como clara tentativa de desinformação envolvendo o Governo Brasileiro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e operadoras de satélite, especialmente àquelas responsáveis por sistemas de satélites de baixa órbita que ofertam internet de alta velocidade”, dispara a agência, na nota.
A Anatel destaca que, como regulador de telecom, “não firma contratos de prestação de serviço de telecomunicações com as prestadoras e não fecha parcerias com as operadoras de satélites”. E que “o papel da Anatel consiste em elaborar as normas e expedir as autorizações para uso de satélites no Brasil, desde que atendidos os requisitos previstos em Lei e na regulamentação da Agência”.
Anota, ainda que “em 2022, a Anatel autorizou a operação de 4.408 satélites do sistema Starlink no Brasil até março de 2027, que provê capacidade para aplicações de banda larga via satélite. Em setembro de 2024, a Agência autorizou também a operação do sistema Semaphore, da empresa e-Space no Brasil. Sistema este que está voltado, principalmente, para o desenvolvimento de aplicações de IoT, em aplicações de banda estreita”.
Na prática, a e-Space ainda pode ser considerada um startup no mercado de satélites de baixa órbita. É a terceira investida no promissor mercado de internet via satélite (estimado em pular de R$ 20 bilhões, em 2023, para R$ 92 bilhões até 2028) do empresário norte-americano Greg Wyler, que fundou a O3b e depois a OneWeb. E embora prometa criar uma constelação de 300 mil satélites, ainda está buscando parceiros para bancar a iniciativa.
Já a Starlink vai muito bem no Brasil. Em menos de dois anos a empresa quase 240 mil acessos de banda larga via satélite, tornando-se não apenas a maior nesse segmento, como concentrando metade de todas as conexões desse tipo no país.