Nova onda de fake news contra 5G faz britânicos queimarem antenas
Com 5 mil mortes pela Covid-19, o Reino Unido sofre ao longo dos últimos dias um novo problema: a disseminação de notícias enganosas que associam 5G com coronavírus resultou em várias torres sendo queimadas, como mostram vídeos postados em diferentes redes sociais, como Facebook, YouTube e Instagram.
O governo britânico já se manifestou em apelo para que a “bobagem perigosa” seja encerrada e as quatro principais operadoras móveis do país lançaram um comunicado conjunto igualmente pedindo o fim dos ataques, que também ameaçam funcionários que tentaram fazer reparos nas estações radio base.
“Não apenas são alegações sem base, são também prejudiciais às pessoas e aos negócios que dependem da continuidade dos serviços”, diz a nota assinada pela EE, o2, Three, e Vodafone. “Também levaram a abusos contra nossos engenheiros e, em alguns casos, evitaram manutenções essenciais na rede acontecerem.”
Os ataques às antenas se deram especialmente em Birmingham, Liverpool e Merseyside. A Vodafone confirmou quatro torres queimadas. A EE confirmou pelo menos uma, que sequer era de 5G, mas novos vídeos de torres incendiadas foram postadas nas redes sociais no domingo, 5/4.
Tudo indica que a teoria da conspiração que alimenta os ataques sustenta que antenas de 5G facilitam a propagação do coronavírus, em boatos que começaram ainda em janeiro apontando que a África não tinha problemas com a Covid-19 porque não tem 5G instalado – o continente registra, até aqui, 7,7 mil casos e mais de 300 mortes.
Segundo os noticiários britânicos, as ‘fake news’ à respeito aparecem em duas vertentes, de um lado apontando que o 5G ataca o sistema imunológico, deixando as pessoas mais suscetíveis à contaminação pelo vírus. De outro, alegam que o coronavírus é capaz de ser transmitido pelo próprio uso da tecnologia 5G. “São o pior tipo de fake news”, segundo autoridades de saúde do Reino Unido.