Tarifaço Trump e incertezas forçam primeiro recuo nas vendas de smartphones em seis semestres
Samsung ainda lidera, enquanto Apple e Xiaomi brigam pelo segundo lugar

O mercado mundial de smartphones registrou um discreto recuo nas vendas no segundo trimestre de 2025, marcando a primeira queda após seis trimestres de crescimento, de acordo com estudo recente da Canalys. A redução marginal nos embarques reflete um cenário de cautela dos consumidores e incertezas macroeconômicas globais, mesmo com desempenho estável das principais fabricantes.
A Samsung manteve a liderança, com 19% de participação no mercado, impulsionada pela linha Galaxy A. A Apple ficou em segundo lugar, com 16%, seguida pela Xiaomi, com 15%. vivo e TRANSSION completaram o top 5, cada uma com 9% de market share.

Segundo Runar Bjørhovde, analista sênior da Canalys, o declínio no trimestre foi influenciado pelo fim da onda de substituição de dispositivos adquiridos durante a pandemia e pela demanda ainda fraca. “As fabricantes ajustaram suas metas de produção para evitar excesso de estoque, exceto nos EUA, onde incertezas sobre políticas tarifárias do governo Trump levaram Apple, Samsung e Motorola a manter inventários elevados”, explicou.
Amber Liu, líder de pesquisa de smartphones da Canalys, destacou que o ano deve fechar estável, com expectativa de recuperação no segundo semestre. “Consumidores que adiaram compras no início do ano podem aproveitar promoções em eventos como a Black Friday. Preços atrativos e inovações em design e ecossistema serão cruciais para estimular a troca de aparelhos”, afirmou.
Apesar do início fraco em 2025, o setor está melhor posicionado para enfrentar os desafios, com estoques equilibrados e lançamentos recentes que devem impulsionar as vendas. Na China, o festival de compras 618, em maio, mostrou que promoções eficientes — como as da Huawei e da Apple — continuam sendo decisivas para conquistar consumidores.
Com a aproximação de grandes eventos de vendas e o foco em aparelhos mais acessíveis, a indústria espera retomar o crescimento nos próximos meses.