Currículo profissional: daqui pra frente, tudo será diferente
O modelo atual de currículos usado no mercado de trabalho tem uma data de validade, de acordo com Lucas Oggiam, gerente da consultoria de recrutamento Page Personnel. Ele afirma que o padrão atual do documento, onde as informações pessoais do candidato ocupam a maior parte do currículo, tende a “fazer parte apenas do passado”.
“Há um movimento de alterações nesse sentido. Os recrutadores e as empresas estão cada vez mais de olho nos resultados que os profissionais apresentam”, disse. Por isso, para ter maiores chances de avançar em um processo seletivo, é preciso que o profissional consiga incluir detalhes sobre os principais projetos e programas que já participou: “dados comprovados de eficiência, ganhos ou retornos financeiros costumam saltar aos olhos dos selecionados”, explicou o especialista em entrevista ao portal Info Money.
Uma das primeiras mudanças que o modelo de currículos deve passar nos próximos anos é a eliminação dos dados pessoais e de formação acadêmica, que países como Europa e Estados Unidos já adotaram. Por lá, a tendência é de não avaliar a pessoa pela idade, sexo, estado civil, origem ou nome das instituições de ensino frequentadas. No Brasil, a situação está mudando aos poucos e o “currículo às cegas” está sendo cada vez mais usado.
O mesmo acontece com a inclusão de fotos no currículo: segundo Oggiam ela é “totalmente desnecessária” na era das redes sociais e selfies e pode ser substituída por um link para o perfil profissional em uma rede social, como o LinkedIn, ou de portfólio.
A valorização dos resultados alcançados pelos candidatos leva a outra mudança, a extinção da citação das atribuições de determinado cargo. “Fica muito subjetivo avaliar um profissional por frases como responsável por, líder de, gestor em. É preciso muito mais do que isto. As empresas querem saber mesmo quanto essa pessoa trouxe de resultados reais por onde passou. Se fez um projeto de redução de gastos, qual foi o valor? É por aí que o candidato deverá se pautar”, explicou Oggiam.
O especialista cita ainda mais uma mudança, ainda questionadora: a tendência de que futuramente os currículos sejam elaborados em vídeo. “Pode ser que seja uma tendência para posições de suporte à gestão, mas ainda não é uma realidade. Já vale muito para processos de trainee, onde não há a exigência de muitas informações profissionais”, completou.