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Eletropaulo investe R$ 51 milhões para enterrar rede elétrica em duas regiões

A Eletropaulo está investindo R$ 21,5 milhões na região da Vila Olímpia e R$ 29,4 milhões no entorno do Mercado Municipal em obras de enterramento da rede elétrica (redes subterrâneas). Ao todo serão retirados 320 postes da região da Vila Olímpia, com o objetivo de melhorar a qualidade e o fornecimento da energia, atendendo ao crescimento residencial, comercial e industrial da região. A redação da Abranet entrou em contato com a empresa de distribuição de energia para entender melhor o projeto.

De acordo com a Eletropaulo, parte da rede de distribuição de energia elétrica na cidade de São Paulo é subterrânea desde 1902, sendo que houve um novo ciclo de expansão dessa rede no centro de São Paulo na década de 1970.  Nesses locais, os postes estão ocupados somente com ativos de empresas de telecomunicação (telefonia, TV e internet) e de iluminação pública (Ilume, empresa da prefeitura de São Paulo), além de engenharia de tráfego (semáforos, CET). A empresa ressaltou que, nestes casos, a responsabilidade de manutenção é das respectivas empresas. 

Na cidade de São Paulo, a distribuição de energia é feita por 968 quilômetros de rede subterrânea, 22.503 quilômetros de rede aérea e 872 quilômetros de linhas de subtransmissão. A Eletropaulo tem projetos que envolvem o enterramento de redes na cidade de São Paulo e um de remoção de postes em região onde a rede já é enterrada. Na Vila Olímpia, o objetivo principal é adequar a carga elétrica ao crescimento econômico da região. A empresa explicou que o projeto contemplará 13 ruas, totalizando 4,2 km, entre as quais a Funchal, a Olimpíadas, a Gomes de Carvalho e a Dr. Cardoso de Melo. A previsão de conclusão é para o segundo semestre de 2018, com expectativa de beneficiar 3,6 mil pessoas. O investimento é de R$ 21,5 milhões.

Outro projeto da Eletropaulo acontece no entorno do Mercado Municipal, onde a rede aérea será substituída pela subterrânea, conectando-se à estrutura da Eletropaulo já existente na região. O objetivo principal é adequar a carga elétrica ao crescimento econômico da região, além da conversão do nível de tensão da energia. Esse projeto beneficiará 40 vias (9 km), entre as quais a Avenida Cásper Líbero e as ruas Cantareira, Paula Souza, Barão de Duprat e do Carmo. Com conclusão prevista para 2019, beneficiará 3,3 mil pessoas. O investimento é de R$ 29,4 milhões.  

Em ambos os casos, no entorno do Mercadão e na região da Vila Olímpia, a remoção dos postes, ressaltou a Eletropaulo, está condicionada à retirada dos ativos de operadores de telecomunicações, iluminação pública e engenharia de tráfego.


Além disto, no centro de São Paulo, o sistema já é subterrâneo, mas a Eletropaulo deve remover os seus postes da região assim que as operadoras de telecomunicações, de iluminação pública e de engenharia de tráfego retirarem seus fios e instalações que estão fixados neles. Os gastos com a remoção desses fios são de responsabilidade das empresas donas desses ativos. Esse trecho contempla 117 ruas (52 quilômetros), como a Alameda Santos, ruas Frei Caneca, Maria Antonia, José Paulino e do Gasômetro. Até o momento, a Eletropaulo removeu 102 postes de 2.109 na região.

Questionada sobre o que está sendo feito com as redes de telecomunicações que usam os postes, a Eletropaulo informou que notifica as operadoras antes de executar os projetos de enterramento de rede, que ocorrem de forma independente. Os postes permanecem ocupados pela fiação de terceiros até que as operadoras retirem seus ativos deles.

Com a rede enterrada, a utilização clandestina dos pontos de fixação pode seguir, porque nem sempre os postes da Eletropaulo são removidos porque são utilizados por outras empresas que prestam serviços à população. No entanto, a Eletropaulo ressaltou que, por meio do projeto de regularização dos cabeamentos de diferentes companhias que compartilham sua infraestrutura de rede aérea, desde maio, a empresa recolheu mais de 10  toneladas de materiais de operadoras de TV a cabo, Internet e telefonia celular, em uma operação feita em conjunto com a prefeitura de São Paulo.

Para essa iniciativa, as empresas que mantêm contrato para a utilização dos postes foram notificadas pela Eletropaulo. Parte dos fios cortados, disse a Eletropaulo, era clandestina, ou seja, sem contrato com a distribuidora de energia, ou inutilizados, que não transmitem mais sinais. Essa ação está amparada pela Resolução ANEEL nº 797/2017.

As operadoras de telecomunicações estão sendo obrigadas a regularizarem a situação de 2.100 postes por ano pela Comissão de Resolução de Conflitos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Anatel. Para 2018, o prazo deve se encerrar em 31 de agosto. Nesse período, as empresas terão de etiquetar e reordenar seus fios sob pena de terem os cabos cortados pela Eletropaulo. Adequar a alimentação da energia elétrica à demanda da região e modernizar o sistema foram apontados como os principais benefícios do projeto.  

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