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Telecom

Infraestrutura de rede vai gerar movimentos de fusão e aquisição no Brasil

Movimentos de fusão e aquisição (M&As, na sigla em inglês) vão acontecer no mercado de telecomunicações, principalmente, visando à aquisição de infraestrutura e afetando diretamente as operadoras competitivas. “Em vez de M&A entre empresas, será em infraestrutura. Não é a grande comprando a pequena, mas comprando a infraestrutura”, explicou Valder Nogueira, diretor da área de tecnologia, mídia e telecomunicações do Santander Brasil.

Em palestra durante o XI Seminário TelComp 2018, realizado nesta terça-feira, 13/11, Nogueira, ao lado dos colegas do banco Bruno Lima e Rodrigo Teixeira, líder global para telecom do Santander, deram a visão que o mercado de capitais tem dos players de telecomunicações e falaram sobre tendências do setor. 

“O tema das competitivas ficou mais latente no dia a dia de quem olha o setor depois da derrocada da Oi e quando o governo percebeu que banda larga é o novo Bolsa Família. As teles começaram a avaliar a base de ativos delas e houve o empurrão para mudar a regulamentação”, disse Nogueira. Somado a isto, os players regionais apareceram no radar por estarem capturando clientes em locais onde as grandes não chegavam e, principalmente, porque ganhou esses clientes levando infraestrutura onde não existia.

Ficou evidente, destacou Nogueira, que havia muito nas empresas não-listadas em bolsa. Essa conjuntura criou um ambiente propício para parcerias ou M&As entre as telcos, com as competitivas sendo alvo de fusão ou aquisição por meio de troca de ações. “Vai ter consolidação das pequenas que estão recebendo aporte de private equity, mas elas precisam de governança”, sinalizou o diretor.

Entre as possíveis tendências de M&A no Brasil, Bruno Lima, TMT Brasil do Santander, apontou que fundos de investimentos e grandes operadoras estão à procura dos melhores players independentes de fibra ótica. Estes, por sua vez, podem se consolidar entre si, criando “campeões regionais”. Para tanto, as empresas precisam se preparar, pois aquelas mais bem-estruturadas e com as melhores práticas de governança levam vantagem no processo. Lima ressaltou que a preparação visa também a enfrentar o processo de due dilligence. “Quanto mais preparadas, maior será o interesse do investidor”, disse. “Os fundos estão identificando os players regionais e se juntando”, acrescentou Nogueira, que disse que mais fundos devem entrar no Brasil.


Tendências globais 

O tema da consolidação segue na Europa, afirmou Rodrigo Teixeira, líder global de telecom no santander, acrescentando que o número elevado de players sinaliza que a consolidação seguirá ocorrendo. Como exemplo, citou a Vodafone comprando a Liberty Global e entrando no provimento de banda larga fixa. 

Com relação à América Latina, o especialista afirmou que a expansão internacional para a região tem sido limitada nos últimos anos. “A AT&T entrou no México. A Vivendi entrou e saiu do Brasil e a Altice entrou na República Dominicana e tentou sair. Não tem expansão internacional agressiva na América Latina”, afirmou. Mas há movimentação entre os países da região. “Estamos vendo mais expansão regional com a Entel Chile entrando no Peru, a Liberty Global na Costa Rica e a Millicom no Panamá”, disse.

Outra tendência apontada pelo líder de telecom do Santander é o compartilhamento de infraestrutura, que traz ganhos e aumenta o Ebtida. Além disto, Teixeira apontou o movimento de telcos separando suas operações entre o que é infraestrutura de serviços. “As empresas têm de se perguntar o que querem ser, já que não dá para ser tudo. Há tendência natural para especialização”, completou. 

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