Só 27% dos que usam smartphones se sentem no controle dos dados pessoais
Há um sensível aumento no número de consumidores que protegem seus dados pessoais. Nos primeiros seis meses de 2018 pelo menos 26% das pessoas que possuem smartphones passaram a proteger suas identidades e informações pessoais pela primeira vez. No total, 76% dos usuários de celulares despendem tempo e ações efetivas para garantir alguma forma de segurança.
O movimento, segundo indica o quinto estudo anual do Forum do Ecossistema Móvel, Global Consumer Trust Study, parece vir em resposta aos vários casos de vazamento de dados que afetaram a confiança dos usuários, além da entrada em vigor da regulação europeia sobre proteção de dados, mais conhecida pela sigla em inglês GDPR [General Data Protection Regulation]. “O impacto coletivo dos escândalos e as novas regras de proteção da privacidade estão incentivando as pessoas a reconsiderarem o que fazer com seus dados. E uma clara maioria está tentando se proteger”, diz a pesquisa.
O estudo ouviu 6,5 mil usuários de smartphones em 10 países, inclusive no Brasil, e identificou que 63% desejam gerenciar eles mesmos seus dados e exigem soluções que os coloquem no controle. No entanto, apenas 27% dos entrevistados indicam se sentirem efetivamente no controle de seus dados pessoais, enquanto 36% não se sentem com opções efetivas quando se deparam com termos e condições de uso que exigem acesso a seus dados. Há, portanto, uma clara discrepância entre o valor que os usuários dão a suas informações e o efetivo controle sobre elas.
O documento indica que 72% dos usuários de smartphones consideram a privacidade importante, enquanto 68% assim entende o conhecimento sobre como os dados pessoais são utilizados. Para 57%, a coleta de dados representa riscos e 69% indicam que deixam de baixar aplicativos diante de excessivas permissões solicitadas, enquanto 63% desistem de uma compra via celular por questões de confiança.
Além da GDPR, o estudo destaca que legislações relacionadas à proteção de dados estão sendo instituídas ou revisadas no Brasil e nos outros nove países analisados, França, Alemanha, Índia, Polônia, Japão, Espanha, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. O levantamento indica que 97% dos entrevistados consideram ter direitos sobre seus dados pessoais, mesmo que parte deles não saibam exatamente quais são esses direitos.