Compra da Nextel pela Claro não mexe no ranking das teles no Brasil
Do ponto de vista de market share nacional, a compra da Nextel, anunciada nesta segunda-feira, 18/03, pela Claro Brasil não muda muito a situação da operadora, controlada pela América Móvil, que seguirá na segunda posição. A diferença acontece no Rio de Janeiro, onde a Claro supera a Vivo no mercado pós-pago.
“A Nextel tinha 1,34% do market share nacional. A Claro sobe de 24,6% para 26% é pouco. O diferencial é o espectro que está sendo comprado. O 4G para aumentar a capacidade e a oferta de serviços no Rio e em São Paulo”, comenta o presidente da Teleco, Eduardo Tude.
Ele observa que todas as operadoras estão fazendo refarming de frequências para oferecer mais 4G e a compra da Nextel traz mais capacidade para a Claro no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Foi só depois da mudança feita pela Anatel na parte de espectro que a Nextel arrumou, de fato, um comprador. Hoje as teles têm dois ativos que valem: a rede de fibra óptica e as frequências. A base de assinantes, no caso da Nextel, com 3,3 milhões, mesmo que no pós-pago faz pouca diferença”, acrescenta Tude.
Com relação à TIM, que seria outra interessada na Nextel, a perda do ativo pode vir a impactar, do ponto de vista de mercado, mas não tanto por espectro, uma vez que a tele faz refarming do 1,8GHz e do 2,1GHz. “A TIM já está na terceira colocação no market share. A Vivo se mantém muito à frente da Claro, com exceção do Rio de Janeiro. As teles, hoje, não querem mais market share, mas, sim, receita e fidelizar os clientes recorrentes no pós-pago, no controle e no pré-pago”, diz.
Sobre o 5G, Tude não acredita que a Claro venha a perder o interesse no leilão da Anatel, programado para março de 2020. “As teles estão cientes que o 5G exige novas frequências”, atesta. Com relação à Oi, a operadora deve ir às compras das sobras de frequência em 700 Mhz, para reforçar o 4G. “A situação da Oi agora é outra. Essa sobra de 700 Mhz é muito importante para a Oi”, completa o especialista.