Pagamentos instantâneos e open banking reescrevem o sistema financeiro no Brasil
Um novo modelo de parcelamento está disponível aos brasileiros desde o fim do primeiro trimestre deste ano: é o crediário no cartão de crédito. Em entrevista à CDTV, do Portal Convergência Digital, durante o CIAB Febraban, realizado de 11 a 13 de junho, em São Paulo, Fernando Teles, diretor-geral da Visa do Brasil, explicou que o crediário no cartão de crédito é uma evolução de solução e que a tecnologia para habilitá-lo já existia.
“O que foi feito foi desenvolver uma solução para conseguir financiar uma determinada compra no cartão de crédito, em parcelas maiores, com mais prazo, com taxas menores e com prazo de pagamento menor para o estabelecimento”, disse. O executivo também falou sobre como a Visa está trabalhando com open banking.
“O open banking no Brasil ainda não está regulamentado, mas já operamos com isto, porque este movimento começou na Europa com a diretriz PSD2. Já operamos assim na Europa e temos mais de 250 APIs abertas da Visa para serem consumidas pelos nossos parceiros e desenvolvedores; então, estamos bastante atuantes neste segmento”, explicou, completando que a vantagem de ser uma companhia global é adotar modelos testados em outros países.
Para o Brasil ter projetos de open banking no modelo europeu, é necessário contar com regulamentação, assim como a PSD2 (Revised Payment Service Directive), da União Europeia. O Banco Central do Brasil publicou, em 24 de abril último, comunicado com os requisitos fundamentais para a implementação no Brasil do sistema financeiro aberto (open banking) — veja em https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/exibenormativo?tipo=Comunicado&numero=33455.
Com base nos requisitos apresentados, a expectativa do Bacen é de que o modelo de open banking seja implementado a partir do segundo semestre de 2020. Também se espera que o Banco Central do Brasil submeta à consulta pública as minutas, no segundo semestre de 2019, propondo a definição, entres outros aspectos, de escopo, abrangência, responsabilidades, requisitos mínimos para operacionalização do modelo, controles internos, gerenciamento de riscos e condições mínimas para a relação contratual que venha a ser estabelecida entre instituições autorizadas e terceiros não autorizados, além do próprio cronograma de implementação.
Teles disse que o modelo de open banking aporta inovação de produtos com uma velocidade de desenvolvimento maior e vai possibilitar que a indústria se modernize. “Vejo um mundo efetivamente mais colaborativo”, afirmou. Na entrevista, ele também opinou sobre os pagamentos instantâneos e o que a indústria está fazendo para aumentar a penetração dos meios eletrônicos de pagamento. Confira o vídeo na íntegra: