Brasil terá um ganho de R$ 40 bilhões por uso de faixas milimétricas no 5G
Uma pesquisa realizada pela GSMA destaca que as inovações decorrentes do uso de faixas milimétricas no 5G devem gerar um total de US$ 565 bilhões em benefícios econômicos no mundo até 2034, partindo de US$ 13 bilhões em 2024, ano em que espera ver a nova onda tecnológica razoavelmente consolidada. Isso se reverterá em um adicional de US$ 152 bilhões em tributos e 25% do valor criado pelo 5G.
O estudo identifica o crescente uso de faixas milimétricas de forma global, particularmente na manipulação remota de objetos, automação industrial e aplicações de realidade virtual – conjunto que, aposta, vai responder por mais da metade de toda a contribuição desses nacos de radiofrequência no crescimento econômico.
Os maiores ganhos estão nas maiores economias. Assim, a China concentra 53% dos ganhos estimados em US$ 212 bilhões na Ásia-Pacífico, com Japão (18%) e Índia (13%) um pouco atrás. Nas Américas, porém, a concentração é ainda maior, com 88% dos ganhos estimados em US$ 190 bilhões nos Estados Unidos.
Por essas projeções, os ganhos para a América Latina com o uso de ondas milimétricas são de US$ 20,8 bilhões. É sobre essa fatia que se destacam o peso do Brasil, que deve ficar com 47% disso – ou cerca de US$ 9,8 bilhões no período analisado pela GSMA, ou cerca de R$ 40 bilhões. O México deve ficar com outros 29%.
As recomendações da entidade para que os ganhos sejam efetivamente alcançados passam pela identificação e alocação das bandas milimétricas. No caso do Brasil, além das faixas de 3,5 GHz e 26 GHz, já nos planos para o primeiro leilão do 5G no país, a GSMA anota também as faixas de 40 GHz e de 66 a 71 GHz como bandas prioritárias para o 5G.
Além disso, a quantidade de espectro “deve ser adequada para evitar inflacionar os preços do espectro de 5G para permitir pesados investimentos em rede e a contínua redução do custo dos equipamentos”. Em especial, defende a GSMA a disponibilidade de 80 a 100 MHz de espectro contíguo na faixa de 3,5 GHz e cerca de 1 GHz por operadora nas faixas milimétricas.