Memória e chipsets 5G puxam alta de 10% nos semicondutores em 2020
A receita mundial de semicondutores totalizou US$ 466,2 bilhões (R$ 2,6 trilhões) em 2020, um aumento de 10,4% em relação a 2019, segundo o Gartner. Memória, GPUs e chipsets 5G lideraram o crescimento de semicondutores, impulsionado pela demanda do mercado final de celulares, PC, ultramóvel e 5G, enquanto a eletrônica automotiva e industrial sofreu devido aos gastos menores ou uma pausa nos gastos devido à Covid-19.
A Intel manteve sua posição como o fornecedor global de semicondutores número 1 em receita em 2020, seguida pela Samsung Electronics, SK hynix e Micron. A receita de semicondutores da Intel cresceu 7,4%, impulsionada pelo crescimento de seus negócios principais de CPU de cliente e servidor.
Qualcomm, Broadcom, Texas Instruments, MediaTek, NVIDIA e KIOXIA completam as top 10 do ranking. Entre eles, os melhores desempenhos foram da NVIDIA e MediaTek. O crescimento de 45,2% da NVIDIA foi impulsionado principalmente pelos negócios de data center e relacionados a jogos da empresa. A receita da MediaTek cresceu 38,1% em 2020 impulsionada pela interrupção dos negócios da Huawei ao longo do ano.
A memória, que respondeu por 26,7% das vendas de semicondutores em 2020, foi a segunda categoria de dispositivos de melhor desempenho, experimentando um aumento de receita de 13,5%. “A memória se beneficiou da tendência principal em 2020 – a mudança para trabalho e aprendizado em casa – que alimentou o aumento da construção de servidores de fornecedores de hiperescala para satisfazer o trabalho e entretenimento online, bem como um aumento nos PCs e ultramobiles”, diz a Gartner.
Na memória, o NAND flash obteve o melhor desempenho com crescimento de receita de 25,2% devido a uma escassez no primeiro semestre de 2020. Em 2021, tanto o flash NAND quanto o DRAM estarão em falta, aumentando os preços ao longo do ano e as receitas disparando em cerca de 25%.
A grande questão é que faltam semicondutores no mercado e há uma grande preocupação com relação a 2021. Globalmente, a escassez de semicondutores deve “reduzir o volume de produção em cerca de 2% este ano” no setor automotivo global, estima o analista da Moody’s, Matthias Heck. O 5G também exigirá uma maior disponibilidade desse tipo de componente, até em função do incremento no uso de sensores, que são semicondutores, revela a KPMG.
Fatores geopolíticos também afetaram a disponibilidade desses componentes. No final do ano passado, os Estados Unidos incluíram a Semiconductor Manufacturing International (SMIC), a maior fabricante de chips da China, em uma lista que restringe o acesso de empresas a tecnologias de ponta desenvolvidas nos EUA, por conta da disputa com a Huawei. A fabricante chinesa afirmou que diminuiu a sua produção e não tem prazo para voltar a carga máxima.