Bancos investiram R$ 25,7 bilhões em TI sendo R$ 2,57 bilhões em cibersegurança
Os bancos investiram R$ 25,7 bilhões em Tecnologia em 2020, um incremento de 8% em relação a 2019, que ficou em R$ 23,9 bilhões, segundo revelou a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2021 (ano-base 2020), divulgada nesta quinta-feira, 24/06, no CIAB FEBRABAN 2021. O setor financeiro só perde em investimentos para o Governo, ainda assim, o Governo responde por 15% e os bancos por 14% dos aportes totais em Tecnologia.
O Pix, que caiu no gosto do brasileiro, foi um dos impulsionadores do investimento em TI, mas a pesquisa não faz corte dos aportes dos bancos nas diferentes tecnologias. Mas Rodrigo Mulinari, diretor setorial de TI da Febraban e gerente de TI do Banco do Brasil, admitiu que boa parte dos bancos colocou o Pix na nuvem, numa prova que a tecnologia – seja ela no ambiente híbrido, privado ou público – foi inserida na estratégia de negócios. “Os bancos nunca tiveram medo da nuvem, mas havia um legado a ser respeitado. Acreditamos em coexistência entre as tecnologias. O mais importante é trazer uma boa experiência para o correntista”, frisou Mulinari, ao responder um questionamento do portal Convergência Digital.
A segurança cibernética- cada vez mais em destaque por conta do incremento dos ataques hackers – respondeu por R$ 2,5 bilhões dos investimentos em TI em 2020, o que significa 10% do orçamento de TI, uma média que vem sendo mantida nos últimos anos. Para Mulinari, os aplicativos bancários – mobile e Internet banking – são seguros e não sofreram qualquer tipo de violação constada pelas autoridades e pelos bancos. A questão, enfatizou, é que os ‘meliantes conseguem conquistar a confiança dos correntistas e adquirem seus dados. é um caso de engenharia social’, falou, ao ser questionado sobre o roubo de celulares e acessos a transações pelos hackers nos aplicativos. “A Febraban faz campanhas para dizer: não guarde suas senhas. Não revele suas senhas”, adicionou.
Quem também aparece com força é a Inteligência Artificial. A mais nova queridinha dos bancos está no topo da lista dos investimentos, até em função da pandemia. O estudo mostra que IA foi prioridade para 93% dos participantes, com destaque em áreas como atendimento ao cliente, aplicações de biometria, operações de crédito e na área jurídica. Para 80% dos entrevistados, a Automação Robótica de Processos (RPA, na sigla em inglês) também foi uma prioridade.
Para Sérgio Biagini, sócio líder da Deloitte para a indústria de Serviços Financeiros no Brasil, a aposta em IA está ligada ao fato que a tecnologia reduz o risco. “IA não é só para dar mais eficiência, mas ela mitiga o risco no back office. IA dá maturidade aos controles dos processos”, afirmou. Para o especialista, hoje, os bancos já permitem que a Ia completem transações com o cliente, mas a próxima etapa será fazer da IA a interface para um atendimento presencial. “O investimento e o desenvolvimento está muito sendo feito nessa área”, afirmou.
Vinte e um bancos responderam o questionário da CIAB Febraban 2021, representando 87% dos ativos da indústria bancária no Brasil- e aqui, de novo, a Febraban não revela quantos bancos não tradicionais participaram do estudo. Neste ano, o levantamento também ouviu 17 executivos atuantes na área de tecnologia bancária de 10 bancos. Também foram incluídas informações de dados públicos e de pesquisas da Deloitte.