Opinião

A estrada de tijolos amarelos do 5G

O ano de 2020 foi um importante divisor de águas para as telecomunicações na América Latina. A chegada do 5G se acelerou e dados publicados pela GSM Association (GSMA), entidade que representa os interesses das operadoras de redes móveis em todo o mundo, apontam que a tecnologia vai responder por quase 10% dos números de conexões da região até 2025. Em abril de 2021, mais de 50 países já haviam lançado algum serviço 5G.

Países como China, Japão, Reino Unido, Coreia do Sul e Alemanha, que já possuem implementações na tecnologia 5G, oferecem serviços diferenciados, aumentando a competitividade em verticais, como agronegócio, cidades inteligentes e manufatura. Na América Latina, de acordo com dados divulgados pela 5G Américas, cinco redes 5G começaram a operar já ao longo de 2019, embora de forma incipiente.

Foram feitos 30 testes em 12 países. Cerca de 60% deles se concentraram em três: no Brasil foram dez, enquanto no Chile e no Peru, quatro cada. Atualmente no Brasil as operadoras já possuem serviços 5G DSS, e se preparam, após o leilão 5G em 2021, para potencializar suas ofertas para consumidores e empresas.

O 5G abre uma série de oportunidades para o mercado, principalmente quando falamos em crescimento com foco em uma economia digital. A quinta geração vai ajudar empresas da região a competir a nível internacional, com inovação e eficiência. Isso porque essa tecnologia oferece latência e velocidade de resposta, conceitos fundamentais para atender as necessidades de um mundo cada vez mais ágil e conectado.

Segundo a Thales, companhia francesa de eletrônica dedicada ao desenvolvimento de sistemas de informação, esta rede permite uma maior velocidade, redução da latência e a interconectividade de um milhão de dispositivos em um quilômetro quadrado.


Para 74% das empresas entrevistadas na pesquisa da 5G Américas, a tecnologia atrai investimentos justamente por oferecer maior velocidade de transferência de dados, além de 41% apontarem a permissão de implantação de edge computing e 31% a redução da latência dos serviços como principais benefícios.

Novos negócios

Com o 5G surgem novas dinâmicas de mercado e novos modelos de negócio habilitados pela tecnologia. E este momento é crucial para se preparar para o que vem pela frente. É fundamental que os provedores de serviços estejam prontos para seguir na estrada de tijolos amarelos do 5G, rumo ao objetivo de aproveitar essa jornada ao máximo, destravando o potencial da tecnologia para desenvolver soluções para problemas da atualidade e encontrar novas oportunidades.

Além dos temas de conectividade e capacidades de rede, esses provedores devem considerar serviços novos e complementares, que possam ser ofertados nos níveis superiores da cadeia de valor, como serviços na edge para a gestão de grandes volumes de dados e soluções verticais cobrindo requerimentos específicos da indústria.

Neste caminho, as operadoras vão encontrar novas formas de fazer negócios,não apenas em temas de conectividade ou uso da rede em si, mas em relação a novos serviços que possam oferecer aos clientes corporativos em outros níveis tecnológicos. Hoje, o mercado busca provedores que possam integrar serviços de conectividade, plataformas de TI e verticais de maneira conjunta, com o objetivo de se diferenciar daqueles que só podem oferecer uma ou outra entrega.

Para desenvolver e ofertar esses serviços integrais, os operadores devem buscar parceiros que contem com soluções de plataforma que permitam obter flexibilidade, interoperabilidade e liberdade. Tudo isso somado a uma estratégia de nuvem híbrida que possibilite levar a solução à implantação de aplicações, tanto de funções de rede como de aplicações de usuários finais.Assim, no médio e longo prazo, as operações poderão ser focadas em dinâmicas de implantação rápida e flexível sob as mesmas plataformas tecnológicas abertas baseadas em Kubernetes e containers.

Para o usuário final, a cobertura, os planos flexíveis e a capacidade de dados do 5G são os diferenciais necessários para o uso massivo dessa tecnologia com uma melhor experiência. No caso de jogos e streamings, a velocidade de resposta e a diminuição da latência são os principais pontos na hora de escolher serviços baseados em uma rede 4G ou 5G.

As novas experiências dos ambientes de consumo se somam à corrida das empresas de telecomunicações para captar usuários finais. A conectividade em tempo real, a cobertura e inovação em serviços serão essenciais e decisivas na hora de optar por uma ou outra empresa provedora de serviços digitais.Por isso, esse é o momento de tirar as estratégias do papel e sair na frente, oferecendo ao público as melhores inovações, escolhas e serviços que os levarão um passo à frente na jornada digital.

*Paulo Souza é Head of Sales, Telecommunications Industry na Red Hat Brasil

 

 

 

 

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