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NEO: Compra da Oi Móvel por TIM, Vivo e Claro tende a reduzir investimento

Um Parecer econômico de ex-membros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), entre eles, Camila Cabral Pires e Eduardo Pontual Ribeiro, sugere que haverá aumento de preços e redução de investimentos com a aquisição de ativos de telefonia móvel da Oi pelo consórcio TIM, Vivo e Claro Claro. A compra, por R$ 16,5 bilhões, está em análise pelo CADE e pela Anatel.

Encomendado pela NEO, associação que reúne cerca de 180 provedores regionais de acesso à internet, o parecer analisa os resultados de estudos considerados sobre as consequências de aquisições de operadoras pelas concorrentes no exterior.

O levantamento diz que até mesmo a qualidade de serviço é afetada, tendo uma melhora apenas na velocidade de download para o usuário. O relatório também diz que, depois de uma aquisição desse tipo, há uma redução de investimentos em infraestrutura, uma vez que os ativos serão incorporados.

Presente ao encontro com a imprensa, realizado nesta terça-feira, 06/07, Ademir Pereira, lembra que a redução de concorrentes- no caso de quatro para três na telefonia móvel – traz, sim, redução de investimentos e o advogado adverte: os remédios aplicados em operações semelhantes no mundo, não deram resultado esperado: melhorar o serviço ao consumidor.

Para Alex Jiucis, da Associação NEO, se jogou uma grande expectativa no 5G para a entrega de espectro, mas fica evidente que a chegada da nova tecnologia móvel não será rápida e não se tem a certeza que novos entrantes venham a participar do leilão quando ele acontecer. “Tudo vai depender do modelo e podemos ficar, de novo, concentrados nos mesmos. Para os entrantes, não ter acesso às tecnologias usadas como 2g, 3G e 4G é uma grande dificuldade para investir no 5G”, reforçou.


O presidente-executivo da TelComp, Luis Henrique Barbosa, acrescenta que, em nenhum lugar do mundo aconteceu dos três primeiros colocados do ranking de telefonia móvel comprar o quarto operador para dividir os seus ativos e clientes. “Sem remédio efetivo, a competição vai congelar na telefonia móvel”, insistiu.

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