Feninfra: alta da SELIC impacta preços e traz risco de mais inadimplência
A Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicação e de Informática (Feninfra) lamentou a alta da SELIC pelo Banco Central como forma de combate à inflação. A entidade, que representa um setor que abrange mais de 137 mil empresas, empregadoras de 2,2 milhões de trabalhadores, adverte que a medida vai impactar preços e traz risco de maior inadimplência.
“Para todo esse contingente, assim como toda a economia, a crise da Covid-19 exige gestão ponderada da política econômica. Os juros não são a única ferramenta de controle inflacionário. Também é fundamental garantir um ambiente de negócios estimulante à produção e à prestação de serviços, cuja oferta alinhada à demanda é um fator poderoso de contenção inflacionária”, ressalta a presidente da Feninfra, Vivien Suruagy.
A executiva argumenta que os setores produtivos brasileiros já vêm arcando com excessivos ônus, agravados pela pandemia. “Por isso, defendemos uma redução de impostos através da reforma tributária e adoção de parcelamento, em até 60 vezes, das dívidas resultantes de sentenças da Justiça do Trabalho”, enfatiza, afirmando: “É prioritário reduzir o custo Brasil, que vai minando nossa competitividade e dificulta a retomada do crescimento neste momento em que ainda enfrentamos as dificuldades da pandemia”.
A entidade lembra que a pandemia aumentou a demanda por serviços de internet e TI, com milhões de pessoas trabalhando em home office e crescimento de compras, eventos e transações on-line, além das aulas remotas adotadas em todos os níveis do ensino público e privado. Cresceram os serviços, mas também a inadimplência, criando-se um descompasso no custeio e fluxo de caixa de diversas empresas do setor, que enfrentam dificuldades para fazer frente a custos atrelados aos encargos, dívidas trabalhistas e juros elevados. “Acrescentar aumento de juros a essa equação é um complicador preocupante”, conclui a presidente da Feninfra.