Pandemia puxou uso da internet, enquanto telefone fixo e TV caíram
A pandemia de Covid-19 fez disparar a demanda por conexões internet, sejam fixas ou móveis. Como mostra um novo relatório da Anatel que analisa o desempenho do setor a partir de março de 2020, os acessos fixos em banda larga cresceram 12% nos 12 meses após as primeiras medidas de distanciamento social. Já a telefonia móvel reverteu três anos seguidos de queda e cresceu 6,8% no mesmo período.
“Diferentemente de alguns outros setores atuais de infraestrutura, que tiveram forte queda de sua demanda em função de redução das atividades – notoriamente o setor de transportes, aviação entre alguns outros – o setor de telecomunicações teve uma expectativa de incremento de demanda de serviços de uso de redes, em função da reordenação de inúmeras atividades diárias como trabalho, estudo etc, pela necessidade do distanciamento social”, diz o relatório da agência.
O documento apresenta um panorama global dos reflexos da pandemia no setor de telecomunicações, a partir de dados da UIT. Entre as conclusões, o relatório destaca que ” houve aumentos de 40% em relação aos níveis de uso de dados anteriores em muito curto intervalo de tempo, de poucas semanas”. E que “também houve um crescimento sem precedentes em aplicativos sensíveis à latência durante o horário comercial, com cerca de 300% de crescimento em aplicativos de teleconferência nos EUA e 400% de crescimento em jogos online”.
No caso específico do Brasil, os mais de 37 milhões de acessos em banda larga fixa representam um crescimento de 12% entre março de 2020 e fevereiro de 2021. Já a telefonia móvel teve uma “vertiginosa recuperação”, especialmente a partir de maio de 2020. “Havia uma retração anual nos três anos anteriores à pandemia, porém um crescimento de 6,8% nos 12 meses pós março de 2020.” Em sentido contrário, a telefonia fixa e a TV paga mantiveram-se em queda, de 6% e 5% no período, respectivamente.
A Anatel também verificou que a faixa de velocidade de banda larga acima de 34 Mbps teve a maior taxa de crescimento – e que além do crescimento do serviço como um todo, verificou-se a substituição de contratos de menor velocidade para maior velocidade. E nas redes móveis, o tráfego de dados cresceu 10%.