Alto escalão decide arriscar mais para enfrentar turbulência global
Com a instabilidade mundial, os Conselhos de Administração entendem que 2022 será o ano para se permitir errar e arriscar.
Uma pesquisa apresentada durante o Gartner IT Symposium/Xpo Americas, revela que 57% dos Conselhos de Administração (BoDs, sigla para Boards of Directors) estão dispostos a arriscar mais em 2022.Essa guinada de curso é associada a questões globais como a incerteza econômica (38%), modelos de negócios disruptivos dos concorrentes (35%) e a inflação de custos devido à escassez de abastecimento (28%).
“A pandemia fez com que os BoDs entendessem que ficar parado não é uma opção. Isso os levou a adotar a abordagem ‘tente rápido, falhe rápido’ e, em 2022, os BoDs continuarão a correr riscos, como tomar decisões de investimento em tecnologia com informações incompletas ou fazer apostas financeiras sem visibilidade antecipada de retorno garantido”, explicou Partha Iyengar, vice-presidente de Pesquisa do Gartner.
Com relação às tecnologias digitais, o momento dos gestores é o de validar a estratégia construída nesses 12 meses. Segundo o Gartner, agora, eles querem a integração de tecnologia e trabalham pela criação de uma arquitetura econômica digital mais duradoura e sistêmica, voltada ao resultado para o negócio. Para Partha Iyengar, agora é a hora de avaliar o ROI dos investimentos digitais realizados.
Questões de força de trabalho estão entre as principais prioridades estratégicas para 52% dos BoDs, representando um aumento de 86% no interesse ao longo da pesquisa de 2021. “Ao acelerarem seus negócios digitais, questões como a escassez de habilidades de TI, a necessidade de criar uma força de trabalho digitalmente ágil e a transformação da cultura ficaram muito mais críticas”, observou a VP do Gartner.
ESG (Ambiental, Social e Governança), Saúde e Sustentabilidade completam as três principais prioridades dos Conselhos de Administração, um aumento de 100% em relação ao ano passado. A pesquisa descobriu que 30% dos BoDs relatam que sua organização se engaja publicamente nas principais questões sociais ou políticas, enquanto quase metade dos BoDs (45%) tem diversidade, equidade e inclusão em sua agenda a cada reunião do Conselho ou trimestralmente.