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Enquanto Brasil liquida a CEITEC, Índia anuncia R$ 57 bilhões para fábricas de chips

A Índia aprovou um plano de incentivo de US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões) para atrair fabricantes de semicondutores e telas, disse seu ministro de tecnologia nesta quarta-feira, 15/12, como parte de um esforço de aprofundamento para estabelecer o país como um centro global de produção de eletrônicos.

Segundo o plano, o governo da Índia estenderá o apoio fiscal de até 50% do custo do projeto para fabricantes de telas e semicondutores qualificados, disse o governo em um comunicado. O país se aproveita da onde de diversificação nesse setor, por conta da escassez de chips no mercado global, assim como os Estados Unidos, que têm incentivos de US$ 50 bilhões com o mesmo objetivo. O governo do Brasil, ao contrário, quer fechar a única fábrica de chips da América Latina. 

A Tower Semiconductor, de Israel; a Foxconn, de Taiwan; e um consórcio de Cingapura mostraram interesse em abrir fábricas de chips na Índia, enquanto o Vedanta Group estava ansioso para abrir uma fábrica de monitores, disse uma fonte do governo à agência Reuters.

“O programa dará início a uma nova era na fabricação de eletrônicos, fornecendo um pacote de incentivos globalmente competitivo para empresas de semicondutores e fabricação de telas, bem como design”, disse o comunicado do governo indiano.

O ministro da Tecnologia, Ashwini Vaishnaw, disse em uma coletiva de imprensa que o plano ajudaria a desenvolver “o ecossistema de semicondutores completo – desde o projeto de chips semicondutores até sua fabricação, embalagem e teste no país”.


O governo disse esperar que o esquema crie cerca de 35 mil cargos de alta qualidade, 100 mil empregos indiretos e atraia investimentos no valor de 1,67 trilhão de rúpias (R$ 50 bilhões).

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi ofereceu cerca de R$ 130 bilhões em incentivos para convencer alguns dos maiores fabricantes mundiais de eletrônicos a se estabelecerem na Índia e dar um impulso à indústria nacional. O impulso já ajudou a tornar a Índia o segundo maior fabricante de smartphones do mundo, atrás apenas da China.

“O plano do governo ajudará a trazer tecnologia avançada, mais empregos e maiores investimentos para a Índia”, disse A. Gururaj, diretor-gerente da fabricante indiana de contratos Optiemus Electronics. “Também ajudará a reduzir as caras importações de tecnologia.”

O Tata Group, um dos maiores conglomerados da Índia, está se aventurando no negócio de semicondutores e está em negociações com três estados para investir até US $ 300 milhões na instalação de uma unidade de montagem e teste de chips, informou a Reuters no mês passado.

O impulso surge no momento em que algumas empresas buscam diversificar suas bases de manufatura para além da China, devido à guerra comercial em curso entre Washington e Pequim, e é um sinal de que a Índia está tentando subir na cadeia de valor dos eletrônicos.

O plano da Índia de incentivar a fabricação de semicondutores também chega em um momento em que montadoras e empresas de tecnologia em todo o mundo estão lutando contra a escassez global de chips. Nova Delhi também aprovou um plano de incentivo para apoiar 100 empresas locais que trabalham em projetos de circuitos integrados e chipsets.

* Com informações da Reuters

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