Empresas de aviação sustentam guerra ao 5G perto dos aeroportos
Grandes empresas aéreas, tanto de passageiros como cargas, vão reclamar ao Congresso dos Estados Unidos, em audiência na quinta, 3/2, que as interferências do 5G sobre os aviões vai levar ainda muito tempo para ser superado.
“Provavelmente levará anos, não dias ou semanas, para mitigar total e permanentemente os problemas de interferência causados pela implantação do 5G na banda C”, diz a Airlanes for America, grupo que representa American Airlines, United Airlines, FedEx e outras grandes empresas do setor.
No depoimento que será levado ao subcomitê de Transporte e Infraestrutura da Câmara, a entidade aponta que “o processo que levou a esse pesadelo operacional deve ser considerado um alerta sobre comunicação e coordenação do governo, que deram errado”.
A Verizon e a AT&T concordaram em janeiro em adiar a implantação de algumas torres sem fio 5G perto de aeroportos depois que a indústria da aviação e a Federal Aviation Administration (FAA), com papel equivalente à ANAC no Brasil, alertaram que a interferência 5G pode afetar a eletrônica sensível dos aviões, como altímetros de rádio.
A FAA disse na semana passada que liberou 20 modelos de altímetro e aprovou 90% da frota comercial dos EUA para pouso em aproximações de baixa visibilidade em áreas com banda C 5G. Mas o 5G impactou alguns voos com mau tempo, especialmente alguns jatos regionais.
O presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais, Eric Fanning, dirá aos legisladores que o problema está sendo feito, mas ainda não foi resolvido. “Com muitas questões pendentes ainda na mesa, há interrupções em nosso futuro, mesmo com mais compromisso e colaboração”, diz seu testemunho, segundo divulgado pela agência Reuters.
A audiência também contará com depoimentos do administrador da FAA, Steve Dickson, da CEO do grupo da indústria sem fio CTIA, Meredith Attwell Baker, e outros. A entidade vai dizer ao Congresso estar “confiante de que o 5G não representa nenhum risco para a segurança do tráfego aéreo”.
O problema nos EUA é que a faixa destinada ao 5G é ligeiramente diferente daquela adotada no Brasil, por exemplo. Por lá, a banda principal do 5G ficoui entre 3,7 a 3,98 GHz. Daí uma maior proximidade com a faixa dos altímetros dos aviões. No Brasil, a principal faixa do 5G é de 3,3 a 3,7 GHz.
* Com informações da Reuters