Chegada rápida do 5G nas capitais depende de diálogo entre teles e TVs
O prazo é curto e as tarefas são muitas para que o 5G esteja disponível em todas as capitais brasileiras até 31 de julho deste 2022. Para as operadoras móveis, a maior urgência é com a limpeza da banda C estendida. E a agilidade exige que teles e emissoras de TV cantem afinadas.
“A curtíssimo prazo a preocupação é que a limpeza seja feita. Tem todo um cronograma que precisa ser cumprido para que a gente possa chegar nas capitais”, disse a vice presidente de assuntos regulatórios da Vivo, Camila Tápias, ao participar nesta terça, 15/2, do seminário Política de Telecomunicações, do portal Teletime.
O presidente do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz, ou GAISPI, Moisés Moreira, listou as primeiras missões como a escolha dos canais que serão migrados para a banda Ku, a definição de um novo satélite para a transmissão dos sinais e o começo da distribuição dos kits para quem assiste TV por antena parabólica.
O GAISPI terá R$ 6,3 bilhões oriundos do leilão 5G para essas e outras tarefas – como a rede privativa do governo e as fibras óticas nos rios amazônicos. Mas vai se valer da experiência de grupo semelhante criado quando do leilão do 4G. “O trabalho é bem similar ao Gired, com decisões por consenso”, apontou Moreira, lembrando do grupo de implantação da TV Digital.
Essa experiência será importante, mas a relação entre os protagonistas do grupo de supervisão, essencial. “A confiança entre os atores públicos e privados envolvidos é o ingrediente fundamental para funcionamento do GIASPI e a implantação de forma célere”, destacou o vice presidente de relações institucionais e regulatórias da TIM, Mario Girasole.
Ele adiantou que o primeiro passo para operacionalizar limpeza da Banda C foi dado. Desde 14/2 foi criada a EAF, a empresa que vai cuidar da mitigação das interferências e a distribuição de kits para famílias que recebem TV por parabólicas.
E se a pressa inicial é garantir a primeira meta do cronograma, as capitais, a chegada do 5G em cidades menores depende dos preços que as teles grandes vão cobrar para roaming no atacado. “Em 2018 os planos eram de 20, 30 mega, hoje, pelo menos valor são 500 mega. Não podemos contar com preços de roaming de 2018. Então esperamos que a agência ajude a termos um preço competitivo, não os R$ 30 por Giga cobrados hoje. Precisamos de ofertas de atacado revisadas para o agora”, apontou o presidente da Brisanet, José Roberto Nogueira.