Telecom

Satélite gera primeira faísca entre TVs e teles na implantação do 5G

Ao faltar pouco mais de 100 dias até o prometido começo das operações em 5G nas capitais brasileiras, o grupo que reúne operadoras vitoriosas no leilão, governo, Anatel e emissoras de TV e satélite, decidiu no voto um dos pilares da implantação da nova onda tecnológica: para onde vai a recepção das antenas parabólicas. 

Por oito votos a três, a decisão foi pelo satélite da Claro/Embratel Star One D2. A radiodifusão queria que também fosse incluído o satélite IS-32, da Sky, como opção. Mas prevaleceu o entendimento expresso pelo presidente do grupo, o conselheiro Moisés Moreira da Anatel, de que o edital prevê a indicação de uma única nova posição orbital. 

O GT de empresas, governo e agência é o Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência na faixa de 3.625 a 3.700 MHz, ou simplesmente Gaispi. A esse grupo cabe as decisões técnicas no processo de implantação do 5G. Uma dessas decisões diz respeito à liberação do uso pelas operadoras móveis da frequência adquirida no leilão. Liberação que depende de um rearranjo na recepção via satélite dos sinais de TV. 

As entidades da radiodifusão, como Abert e Abratel, já tinham apresentado um pleito no sentido de que fossem indicados dois satélites para receber os novos sinais – ou seja, duas possibilidades de apontar as antenas parabólicas de quem assiste televisão por esse meio.  As emissoras de TV sustentam que usar a Sky como uma opção à Claro/Embratel teria efeito concorrencial positivo.

O Ministério das Comunicações até sinalizou que gostaria de uma nova reunião para discutir a possibilidade, mas recuou quando a posição da Anatel foi de que haveria risco de atraso no cronograma do 5G. Daí a consolidação majoritária de 8 a 3 pelo satélite Star One D2. 


“O que pesou na indicação foi a capacidade satelital maior, como previsto expressamente no edital. E o apontamento único também está no edital. Qualquer tempo a mais impacta no cronograma do edital do 5G”, explicou o presdiente do Gaispi, Morais Moreira. A decisão causou faísca e há a possibilidade de as entidades de radiodifusão tentarem, de alguma forma, até mesmo judicialmente, tentar reverter o processo. É esperar para ver.

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