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Ciência de dados é obrigatória na educação básica

Quem defende é a médica infectologista Luana Araújo, que usou e, muito, a análise de dados para ficar à frente do combate à Covid-19. A especialista participou do SAS Women Empowerment Day 2022.

A médica infectologista Luana Araujo ficou conhecida por suas diversas entrevistas sobre a Covid-19 e suas interações em redes sociais esclarecendo dúvidas de seguidores. Mas poucos conhecem sua ligação com a ciência de dados.

Durante sua palestra no SAS Women Empowerment Day 2022, realizado nesta quarta-feira, 16/03.  ela ressaltou a importância de se analisar dados para a melhor compreensão de cenários, traduzindo os dados em algo inteligível, e destacou que a formação em dados não deveria ser situação de exceção para as mulheres.

“O uso dos dados na ciência, na engenharia é uma questão do presente, você tem de saber relacioná-los. É preciso que meninas tenham formação que as ajudem compreender as relações dos dados com as manifestações humanas. Não vai existir ensino ou pensamento sociológico sem dados”, disse.

A pandemia evidenciou como é necessário compreender o valor dos dados e saber usá-los. “Tivemos uma chuva de dados sobre um único tema e as informações não foram usadas adequadamente tanto na sua qualidade como na sua utilidade”, apontou. Segundo ela, no Brasil, principalmente, mas em outros países, dados foram ignorados na tomada de decisão durante a pandemia. Para sanar tais distorções, Luana Araujo defende que a ciência de dados faça parte da educação básica.


Segundo ela, que trabalha no setor público, há um movimento claro da transformação da gestão pública amadora para um maior uso e de contextualização dos dados. “O uso de data analytics na medicina vem crescendo enormemente, existem campos que utilizam de forma mais direta e mais rápida. E funciona para muita coisa — gestão da saúde, antecipação de diagnósticos. [A análise de dados] vem, sim, acontecendo de maneira mais concreta e é caminho irreversível”, comentou.

Quando a médica Luana Araujo passou a atuar na saúde pública, mudou sua forma de pensar a medicina e foi natural para ela incorporar a ciência de dados. “Saúde pública é contextualização e é muito mais fácil compreender isso tendo acesso a dados”, disse. Falando sobre o papel da mulher, Luana Araujo ressaltou que a construção ainda é misógina da sociedade.

Na palestra, ela relembrou mulheres que marcaram a história da ciência, como da Ada Lovelace, considerada a fundadora da computação científica e a primeira programadora de computadores e precursora em algoritmos, e Hedy Lamarr que inventou tecnologias como Wi-Fi, CDMA e definiu as bases para a criação do Bluetooth e do GPS.  

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