Inovação

Visa quer ser a rede das redes com mais e mais uso de Analytics e IA

Uma imensidão de dados trafega nas redes da Visa. Por isso, soluções de análise fazem parte da estratégia da empresa de serviços financeiros e o uso de IA se intensifica. O Visa Risk Manager (VRM) e Smarter Stip são duas plataformas que utilizam inteligência artificial para aprovar transações de emissores e, juntas, ajudam eles a aprovar transações com ainda mais segurança e agilidade, em tempo real, dentro da Visanet, uma das maiores redes de pagamentos eletrônicos do mundo.

Dentre as iniciativas, a Visa Consulting & Analytics (VCA) é o braço de consultoria de pagamentos da Visa. Trata-se de uma equipe global de centenas de consultores de pagamentos e cientistas de dados com presença nos seis continentes. A unidade de negócios trabalha de forma direta para os clientes da bandeira, desenvolvendo projetos tanto voltados para os emissores — bancos e demais instituições financeiras que fornecem os cartões para os usuários de sua rede —, como para adquirentes — quem analisa e credencia estabelecimentos em seu programa de cartões e processos de transações financeiras e que fazem a comunicação da transação entre a loja, as bandeiras e as instituições financeiras emissoras de cartão — e para os estabelecimentos comerciais.

“Gosto de chamar de inteligência ampliada o que fazemos na VCA, que é trazer mais elementos para apoiar as tomadas de decisão de negócios”, disse Oscar Pettezzoni, diretor-executivo da VCA, dando como exemplo a solução de aquisição digital, lançada pela Visa em meados de 2021 com objetivo de apoiar emissores no processo de aprovações de cartões. “Essa solução se tornou ainda mais importante na pandemia. Ela traz dados não necessariamente convencionais, mas dados ampliados que ajudam a reduzir as negadas indevidas. Utilizamos dados e inteligência analítica ampliada que colocamos nas nossas plataformas e projetos”, detalhou.

Com cerca de dez anos de trabalho, a VCA foi criada com preceitos de inteligência, mas, principalmente, como forma para impulsionar o mercado de pagamento eletrônico, apoiando os clientes a venderem mais, conforme explicou Pettezzoni. “Queremos, cada vez mais, colocar a Visa como a rede das redes, olhando para os adquirentes como eles aumentam e melhoram os índices, como mitigam riscos e fraudes e como nossos emissores lançam cada vez mais produtos adequados”, disse.


Suporte para tomada de decisão

A importância de analytics está muito ligada à segurança da transação de forma a permitir que ela ocorra de forma fluida e segura. “A tecnologia analítica ajuda a tomar decisões melhores”, resumiu Oscar Pettezzoni, diretor-executivo da VCA. “Complementando, a questão da IA no nosso negócio é completamente orientada para a tomada de decisão e para prevenir extremos, como transações que não deveriam passar e, do outro lado, potencializar transações que deveriam ser aprovadas e não estão sendo aprovadas”, adicionou Edson Ortega, vice-presidente de risco da Visa do Brasil.

A inteligência artificial é usada para identificar se a transação está aparentando ser fraude ou se pode gerar dúvida no emissor, que é quem detém a conta. Nesse sentido, a Visa atua na exploração da questão de risco, considerando se as transações que ocorrem no ambiente digital são vulneráveis em termos de ameaças.

Como exemplo, o VP explicou que, quando você vai ao mercado com cartão físico, chipado de alta qualidade e tem a sua senha, quando esta compra é realizada, há uma combinação de dois fatores em um alto grau de segurança: o chip e a senha. Contudo, há situações nas quais um fraudador, com engenharia social, simula que é você e pode pedir um cartão ou até abrir uma conta falsa. “Portanto, você vai ter uma transação com alto grau de autenticação, mas feita por fraudador e aí que entra IA. Tem uma camada apoiada por IA que aponta que o comportamento do portador não é o do cliente e sobe um alerta para o emissor mostrando que, apesar de ser transação legítima, a pessoa não é o portador”, detalhou Ortega.

No mundo virtual, a inteligência artificial impera, mas é preciso contar com uma boa base de dados para ter informações suficientemente boas para compor a IA e a escoragem e traduzir o comportamento daquela transação e do portador, conforme explicou Ortega. “Estamos mais sofisticados que antes e fazemos tudo por APIs. Nos valemos de parceiros homologados dentro dos nossos padrões de segurança. Sempre vamos criando e modificando a plataforma de acordo com o mercado”, completou Oscar Pettezzoni, da VCA.

A Visa criou uma plataforma que funciona como um grande hub de conexão, onde os bancos têm modelos de crédito de escoragem e a Visa complementa. Tudo é feito por conexão via APIs, usando ferramentas de segurança e gerenciador de decisões. Hoje, disse Pettezzoni, a companhia trabalha com uma gama muito maior, chegando a olhar quase 300 variáveis para uma tomada de decisão, seja para a transação acontecer, seja para ofertar cartão de crédito ou conceder o limite correto.

O maior desafio, disse Ortega, é levar a IA a um patamar que ela consiga, de fato, ser completamente assertiva na tomada de decisão. “A cada momento temos mais ‘temperos’ e mais ecossistemas que culminam na entrega ao cliente final. Queremos conseguir ter todo o ambiente de forma que o portador final não perceba que ela está acontecendo”, assinalou. Ao mesmo tempo, o objetivo é aportar novos ambiente e oportunidades de negócios para os clientes, como novas áreas de negócios a serem exploradas. “IA tem de nos apoiar nisso”, acrescentou o vice-presidente de risco da Visa do Brasil.

Para além da IA, Oscar Pettezzoni disse que há desafios na parte de tokenização das transações, tornando-as ainda mais seguras, e também no que envolve os novos fluxos de pagamentos. “Por exemplo, temos o Visa Direct, que é a nossa solução de real time payment, que aqui é pelo WhatsApp Pay, e trabalhamos outros modelos de transferência, como movimentação de fundos, tirar dinheiro de um lugar e entregar em outro. Com análise de dados e trabalho analítico é também que você consegue apoiar o processo de bancarização, inserir as pessoas dentro do sistema. Há um crescimento enorme de fintechs que operam no meio digital e isso traz desafios. Como você consegue trabalhar a parte de autenticação, de identificar se a pessoa é ela mesma, e o lado de autorização de fazer as autorizações de forma correta”, pontuou o diretor-executivo da VCA.

 

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