5G e a longa rota para os carros autônomos no Brasil
Dedes o uso inicial de frequências para automatizar a comunicação entre carros e pedágios, o uso de sistemas inteligentes para transporte evolui e já é possível vislumbrar carros autônomos como realidade. Se ainda falta tempo para eles se tornarem predominantes nas ruas, a chegada do 5G é um passo fundamental nessa realização.
“O 5G é fundamental. É a aposta nossa. Do ponto de vista de segurança informação, da privacidade de dados que vão trafegar, seja do veículo para a rede e da rede para o veiculo, é fundamental. E também enxergamos novos modelos de negócio. Carros como serviço, carros autônomos. Pessoas que não dirigem mais poderem se beneficiar desses negócios, do que ainda vai surgir”, disse o gerente de infraestrutura da Renault na América Latina, José Castilho.
O tema foi um dos destaques do Tech Fórum Brasil, realizado pela Network Eventos, em parceria com o portal Convergência Digital, em Brasilia, nesta quinta-feira, 7/7. E como apontou a professora e pesquisadora da PUC-Rio Marta Pudwell, há uma evolução de tecnologias no que se convencionou a chamar de ITS, sigla em inglês para sistemas inteligentes de transportes.
“O mundo está conectado. Nada mais natural que isso se estender para a questão veicular e trazer os benefícios da conectividade para segurança dos veículos e das pessoas. Na medida que rede celular também pode trafegar informações voltadas para aplicações para veículos, ou com veículos se conectando entre si ou com infraestrutura. E com a evolução tecnologia rede celular, isso se aproxima da nossa realidade.”
O vice presidente de relações governamentais da Qualcomm, Francisco Soares, lembrou que o Brasil já tem até frequência disponível para o ITS. “A Anatel definiu espectro para ITS desde 2020. E a chegada do 5G é importante porque à medida que caminha para o carro autônomo, precisa de uma tecnologia com outras capacidades”, disse. Mas com a ponderação de que faltam resultados mais visíveis.
“A Anatel já fez o dever de casa. Cadê a indústria? As operadoras? Os fabricantes de veículos? Ainda não tem. Mas precisa desse ecossistema. Precisa criar um ambiente de discussão para que todos entendam a tecnologia de sistemas inteligentes de transportes”, emendou Soares.
“Realmente nossas tecnologias ainda estão aquém do que gostaríamos para carros conectados. Hoje, as aplicações são mais de gerenciamento de frotas, de consumo de combustível. Não deixa de ser um ponto de partida. Mas pode ser aprimorado com mais tráfego de dados, com mais sensores. A infraestrutura precisa ser melhorada, mas temos expectativa de que isso acontecerá em breve”, lembrou o engenheiro de aplicações da Quectel Wireless Solutions, Micael Lisboa.
Mas há, como destacou o chief regulatory officer da Associação Brasileira de Inteligência Artificial, Philipe Moura, muitos avanços já alcançados. “A inteligência artificial é uma indústria muito dinâmica. E já existem aplicações de carro autônomo rodando hoje. Do ponto de vista da IA, estamos muito longe de onde vamos chegar, mas já tem aplicações que param de pé. São três aplicacoces de carro autônomo na China e uma nos EUA. Frotas pequenas de menos de 100 carros, mas existem”, reforçou.
Essa combinação de esforços vai frutificar, apontou o diretor de marketing da Harman do Brasil, Flavio Sakai. “Já temos as tecnologias, falta a implementação. Tecnologia precisa ter propósito: para o ser humano e para o planeta. ITS é segurança, para o ser humano; e é economia para o pagamento de acidentados e pensões, portanto também é eficiência financeira. Transporte público e privado mais eficiente é menos poluente. Carro autônomo está longe, mas o backgroud de 4G, 5G, IA, nuvem e integração nos servem.”