Opinião

Redes privativas 5G: o impulso para os desafios da indústria

Competitividade, inovação, redução de custos operacionais, aumento de eficiência, segurança e velocidade. Esse é o resultado que a Indústria terá quando adotar amplamente a quinta geração de redes móveis (5G) combinada com outras tecnologias, entre elas a Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial (IA). Esse poderoso tripé representará um salto na comunicação entre pessoas, máquinas e instalações, fazendo com que as fábricas do “futuro” – que já está logo ali – tenham uma grande alavanca para superar muitos dos seus principais desafios atuais. 

Para que as plantas sejam mais autônomas e eficientes, é fundamental que haja uma estrutura de comunicação adequada e conectividade abrangente. E é justamente isso que o 5G traz ao possibilitar uma largura de banda cerca de 20 vezes superior ao 4G, um aumento de até 100 vezes no número de dispositivos conectados, uma redução de até 90% no consumo de energia e uma latência (tempo de resposta aos comandos) dez vezes menor. É essa confiabilidade que permitirá um novo rol de aplicações para viabilizar a era da Indústria 4.0.

Apenas alguns exemplos do que temos pela frente: análises de imagens com câmeras de visão computacional; automações nos processos produtivos com uso de robôs; alertas para identificar problemas de qualidade na linha de produção; controle e gestão da cadeia de suprimentos, transporte e roteirização; rastreamento e gestão de ativos; alarmes em áreas de riscos e com necessidades de EPIs; e uso de realidade aumentada para processos de manutenção, inspeção, treinamentos e vistoria.

Para que a indústria possa colher o máximo desses frutos, a alocação de frequências 5G para estabelecer redes privativas/locais tem sido uma solução introduzida e normatizada em vários países, incluindo o Brasil. Com o apoio da expertise de uma telco, essas redes podem ser operadas pela própria empresa industrial, e, portanto, são projetadas para atender às suas necessidades específicas conforme área de cobertura, capacidade e volume de dados trafegados. Outro ponto atrativo é que elas oferecem maior segurança de dados, que podem ser autogerenciados e permanecer na própria companhia. Isso além da funcionalidade de network slicing (fatiamento de rede), que pode designar configurações diferentes para cada tipo de caso de uso.

Hoje ainda existem poucas redes privativas 5G funcionando em todo o globo, mas a consultoria britânica Rethink Research estimou, após consultas com 57 operadoras globais, que 11% das estações de quinta geração instaladas no mundo até 2027 estarão a serviço de redes privativas. Para isso, as operadoras de telefonia móvel serão grandes aliadas – compartilhando seu know-how com diferentes segmentos e trabalhando em conjunto com as áreas de inovação e tecnologia das empresas.


A formação de um verdadeiro ecossistema de colaboração, com a atuação de vários parceiros habilitadores das soluções e tecnologias integradas, será indispensável para o alcance de todos os benefícios prometidos à indústria pela quinta geração de tecnologia móvel. Em um mercado cada vez mais concorrido e cenários econômicos tão desafiadores, ficarão para trás as empresas industriais que decidirem “esperar para ver”. 

Largarão na frente aquelas que apostarem nas redes privativas 5G como forma de permanecerem competitivas e serem capazes de responder rapidamente às mudanças. As possibilidades e oportunidades ainda estão apenas começando a ser exploradas, porém quem conseguir identificá-las antes e se aliar aos melhores parceiros estratégicos certamente conseguirá posicionar melhor o seu negócio hoje e nos próximos anos.

*Zaima Milazzo é diretora de inovação da Algar Telecom e presidente do centro de inovação Brain 

 

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