Inovação

Grupo GR usa deep learning para reduzir falsos alarmes

O Grupo GR, do segmento de segurança privada patrimonial, vem investindo em tecnologia e, recentemente, a adoção de deep learning resultou na redução de falsos alarmes. A adoção de inteligência artificial começou com machine learning, cerca de cinco anos atrás, com objetivo de gerar parâmetros e otimizar a ação do homem, conforme explicou, em entrevista ao Convergência Digital, Ricardo Franco, CEO de tecnologia e inovação da G Eletro, braço do Grupo GR. 

Incorporado à solução de câmeras de vigilância, o aprendizado de máquina tem papel fundamental na vigilância de patrimônios com perímetros grandes, como centros logísticos que necessitam de infraestrutura grid para fazer a proteção de barreiras “Lá atrás, parametrizávamos o espaço com câmeras, traçando uma linha imaginária e dentro daquele determinado perímetro não poderia ter invasão”, disse Franco.

Tal como era, a solução emitia um pop-up na tela toda vez que algo ultrapassasse o limite estabelecido. Contudo, aquilo não significava necessariamente um risco, pois poderia ter um animal, árvores balançando etc. “Configurava invasão e você tinha falsos alarmes por mais assertivo que o sistema fosse”, pontua o CEO.

O machine learning entrou justamente para resolver estes falsos alarmes e o deep learning para aperfeiçoar ainda mais o sistema. “Você seleciona ou clusteriza mais o que gostaria de ver; calibra a linha imaginária para só trazer as informações que treinamos ela para nos trazer, podendo, por exemplo, separar pessoas de animais, veículos. Também conseguimos criar um cluster de informações dentro da câmera do que não se quer e dar identidade visual para a câmera identificar. Comecei a categorizar as informações que eu gostaria que a câmera me trouxesse”, explicou.


Indo mais a fundo, foram criadas categorias. Uma na qual se ensina para a máquina o que se quer que ela identifique, ensinando a máquina o que se quer ver; e outra na qual a câmera traz informações que não são habituais àquele ambiente. Segundo Franco, leva-se entre 15 e 20 dias para ensinar uma máquina e prepará-la.

Avanço para deep learning

O deep learning começou em meados de de 2021 quando se observou uma redução de falsos alertas. “Começamos a trabalhar com alertas verdadeiro-verdadeiro”, disse. Segundo a empresa, os resultados podem alcançar uma redução de aproximadamente 80% nos alarmes falsos.

O grupo trabalha com uma média de um operador de CFTV monitorando 250 câmeras. “Quando coloco o analítico, o operador não precisa ficar visualizando tudo, porque gera o alarme e vem a imagem na tela do que ele realmente precisa olhar”, explica.

De acordo com o CEO, o sistema de deep learning usado não demanda a troca das câmeras atuais, o que significa um reaproveitamento do legado. “Eu parametrizo as câmeras que o cliente tem com IA e não precisa trocar a infraestrutura de câmeras. Eu dou à câmera existente mais inteligência e, como as câmeras são IP, é fácil”, detalhou.

Atualmente, Franco disse que cerca de 300 câmeras estão em preparação para embarcar analítico e o sistema já está instalado em 200. Com isso, a expectativa é fechar 2022 com 500 câmeras com IA. “A tendência para 2023 é termos projetos mais qualificados”, adiantou.

Para os clientes do grupo, acrescentou Franco, contar com inteligência artificial nas câmeras significa mais qualidade e também economia. “Você só vai trabalhar as ocorrências que realmente precisarem de intervenção humana”, apontou o CEO.

Oportunidades

O Grupo GR presta serviços especializados de segurança patrimonial, portaria, controle de acesso, bombeiro civil, recepção, limpeza, segurança eletrônica e atende a condomínios (residenciais e comerciais), indústrias, hospitais, shopping centers, instituições de ensino, sites logísticos, redes de lojas, construtoras, facilities e empresas de vários segmentos em todo o Brasil. Atuante no mercado desde 1992, possui sede na capital paulista.

“Nossa atividade é intangível”, assinalou Franco, acrescentando que o grupo possui uma carteira pulverizada de clientes e tem uma “infinidade” de oportunidades. “Tenho de acompanhar o crescimento do cliente, entender o movimento que o cliente está fazendo para saber como isso impacta e afeta a equipe de segurança. Nossa missão é ajudar o cliente a pensar em soluções e ser assertivo na melhor solução”, destacou o CEO. 

O Grupo GR, por meio da G Eletro, sua empresa de soluções e tecnologia em segurança, conta hoje com 400 clientes ativos e cerca de mil projetos de segurança entregues a cada ano. Para expandir ainda mais esse mercado, a empresa vem realizando investimentos em segurança eletrônica e serviços de tecnologias disruptivas, como deep learning e análise preditiva baseada em comportamentos.

A estratégia de crescimento da empresa contemplou um investimento recente de R$ 3,5 milhões nas áreas de tecnologia e desenvolvimento humano. Chamado de GR ONE, o projeto conta com a parceria da Totvs para implantação do sistema de gestão Protheus. A principal meta é a eficiência processual, ou seja, produzir os resultados de maneira mais efetiva, com menos esforços e em maiores escalas.

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