Carros autônomos: faltam conectividade, 5G e regulamentação governamental
Infraestrutura de conectividade, incluindo redes 5G e sensores nas vias, e legislação são os dois principais desafios para a expansão de veículos autônomos. “Precisa de redes, infraestrutura, tecnologia e regulamentação governamental. Não digo que isso freia [o desenvolvimento] os carros autônomos, mas são uma preocupação”, explicou Antonio Baltar Jr., diretor de marketing, vendas e serviços da Ford, em conversa com o Convergência Digital, durante coletiva de fim de ano da montadora, realizada nesta quarta-feira (14/12).
Para além de 5G — ou novas tecnologias de telecomunicações que ainda surgirão —, para que os veículos usufruam de total autonomia, é necessário que as ruas, avenidas e rodovias sejam equipadas com sensores e que as faixas também estejam sinalizadas para que os carros recebam alertas das vias e de outros carros. Trata-se de um complexo ecossistema. Falhas podem causar acidentes. Da perspectiva regulatória, o grande ponto é a segurança, tanto do motorista quanto de pedestres e a interação disso com o ambiente, o entorno.
Meio do caminho
A Ford trabalha, atualmente, com tecnologias que transformam os carros em semiautônomos. Por meio da implantação de sensores e mecanismos, os veículos reconhecem o que ocorre à sua volta e podem, por exemplo, sem a interferência do motorista, acelerar ou frear, segundo o fluxo da via e manter o veículo dentro das faixas.
Quando se trata de carro totalmente autônomo, a Ford está fazendo testes dentro de parâmetros já indicados ou regulamentados nos Estados Unidos. Mas a jornada é longa até veículos autônomos realmente serem uma realidade comercial.
Enquanto isso, no curto prazo, a montadora global com sede em Dearborn, nos EUA, aposta na maior implantação de tecnologias para que as máquinas tenham cada vez mais autonomia, dando mais tempo para o motorista. “É preciso ter escala e testar. O ponto principal é democratizar a tecnologia semiautônoma no carro e colocar tudo que conseguir para entender o uso do cliente e a inteligência artificial aprender com isso”, assinalou Baltar, ressaltando que a meta é antecipar qualquer necessidade do cliente.