Opinião

TI crítica; falhas na rede elétrica e as mudanças climáticas

A alta emissão de gases de efeito estufa têm sido um tema relevante em todo o mundo nas últimas décadas. Afinal, as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global têm deixado um rastro de prejuízos de ordem pública e privada. Aqui nesse espaço, quero focar em uma consequência dos eventos climáticos extremos: falhas no fornecimento de energia, que geram um efeito dominó em toda a cadeia produtiva de diversas indústrias.

Um estudo publicado em 2022 na revista científica Nature Energy descobriu a relação entre eventos climáticos extremos e falhas na rede elétrica na Europa. A pesquisa mostrou que as fortes tempestades e ondas de calor são responsáveis por interrupções significativas no fornecimento de energia elétrica em toda a região. No Brasil, o tema não é diferente, pelo contrário. Mas, como TI e falhas na rede elétrica se relacionam?

A resposta é simples, porém o cenário é mais complexo do que se imagina. As quedas de energia podem levar à interrupção de serviços importantes, como os de missão crítica, que são estruturas consideradas essenciais para a operação de uma empresa. Ou seja, é um ambiente tecnológico composto por uma série de produtos e soluções que têm o objetivo de evitar a paralisação de serviços que trazem grandes prejuízos para a companhia. Esses sistemas são essenciais para garantir uma continuidade de forma eficiente e, portanto, são especialmente vulneráveis a interrupções causadas por eventos climáticos extremos.

Perda de dados, atrasos no processamento de pedidos, na comunicação com os clientes e na produção são apenas alguns dos problemas causados pela falha no fornecimento de energia que têm impactos financeiros significativos nos negócios, como perda de receita e aumento de custos inesperados de reparo. Sem falar em hospitais, cuja missão crítica é tamanha, que interrupções de sistemas e oscilação de energia podem resultar em perdas humanas.

A boa notícia é que a tecnologia da informação com recursos robustos existem para mitigar esses riscos e evitar maiores danos. Esse é o conceito de serviços de TI de missão crítica, composto por várias etapas. A primeira é identificar os riscos específicos que a companhia enfrenta em relação às mudanças climáticas. Isso pode incluir a identificação de áreas que são vulneráveis a inundações de tempestades ou ondas de calor, por exemplo. Com essa informação, é possível planejar medidas para minimizar os riscos de interrupção onde estão instaladas as estruturas de missão crítica


Outro fator preventivo é investir em redundância de dados em seus sistemas de TI. Isso significa ter backups de sistemas críticos em locais seguros e isolados de potenciais desastres climáticos, garantindo que, se um sistema falhar devido a um evento climático, a empresa possa continuar operando usando um sistema alternativo.

A implementação de sistemas de monitoramento e alerta precoce, que  permite o recebimento de avisos com antecedência sobre o que pode afetar as soluções de TI também é uma forma de prevenir os danos. Nesse ponto, é importante que a empresa tome decisões preditivas com base nessas informações e dados obtidos com apoio da tecnologia, minimizando o impacto dos acontecimentos climáticos.

Como as eventos climáticos extremos estão cada vez mais frequentes, porém imprevisíveis, investir na proteção de ambientes de missão crítica com apoio de tecnologia é mais do que evitar danos na estrutura como mencionado acima, é garantir a sobrevivência da empresa a longo prazo com segurança, além de uma boa manutenção na relação com clientes e parceiros. O que você tem feito para proteger as estruturas de missão crítica da sua empresa contra as mudanças climáticas?

*Anderson Santos é gerente sênior de vendas de IT Channel &  Commercial Industrial da Schneider Electric

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