Febraban Tech 2023

Visa bate Mastercard e fica com a brasileira Pismo por US$ 1 bilhão

Fintech de processamento em nuvem tem clientes grandes como Citi e Itaú, processa 50 bilhões de chamadas API e US$ 40 bilhões por ano, em 80 milhões de contas.

A multinacional de cartões Visa bateu a concorrente Mastercard e comprou a startup brasileira de infraestrutura de pagamentos Pismo por US$ 1 bilhão em dinheiro (quase R$ 5 bilhões), em um dos maiores acordos de fusões e aquisições envolvendo fintechs este ano. 

Fundada em 2016 por Juliana Motta (CPO), Ricardo Josua (CEO), Daniela Binatti (CTO) e Marcelo Parise (VP de engenharia), a Pismo, com sede em São Paulo, acumulou discretamente uma lista de grandes clientes, incluindo Citi, Itaú, Revolut, N26, Nubank e Cora. A startup processa quase 50 bilhões de chamadas de API e US$ 40 bilhões em volumes de transações anualmente, e alimenta quase 80 milhões de contas e mais de 40 milhões de cartões emitidos.

A Pismo se expandiu para fora do Brasil e agora também opera em vários países da América Latina, incluindo México e Chile, bem como nos EUA e na Europa. A startup também tem clientes na Índia, Sudeste Asiático e Austrália.

O processamento de emissor nativo em nuvem da Pismo e a plataforma de core banking visam dar aos bancos, fintechs e outras instituições financeiras “flexibilidade e agilidade”, segundo a própria empresa ao informar ter levantado US$ 108 milhões em financiamento da Série B em outubro de 2021. A ferramente permite que clientes lancem produtos para cartões e pagamentos, banco digital, carteiras digitais e marketplaces. 


Em comunicado, a Visa afirma que “ao adquirir a Pismo, estará posicionada para fornecer recursos bancários centrais e de processamento de emissores em cartões de débito, pré-pagos, de crédito e comerciais para clientes por meio de APIs nativas em nuvem. A plataforma da Pismo também permitirá que a Visa forneça suporte e conectividade para meios de pagamento emergentes, como o PIX no Brasil, para clientes de instituições financeiras”.

“Através da aquisição da Pismo, a Visa pode atender melhor nossas instituições financeiras e clientes fintech com soluções de emissores mais diferenciadas que podem oferecer a seus clientes”, disse Jack Forestell, diretor de Produtos e Estratégia da Visa. O acordo, que está sujeito a aprovações regulatórias, está programado para ser fechado até o final do ano. A Pismo manterá sua atual equipe de gestão, que permanecerá baseada em São Paulo.

Também em comunicado, o CEO da Pismo, Ricado Josua, afirmou que “focamos em permitir que nossos clientes lancem pagamentos e produtos bancários de ponta em uma única plataforma nativa da nuvem – independentemente de trilhos, geografia ou moeda. A Visa nos fornece suporte inigualável para expandir nossa presença globalmente e ajudar a moldar uma nova era para serviços bancários e pagamentos.”

Com a compra, a Visa volta a investir em infraestrutura. Em março de 2022, fechou a aquisição da Tink por US$ 2,15 bilhões, uma startup fintech líder na Europa focada em interfaces de programação de aplicativos bancários abertos. A empresa também abandonou a aquisição planejada de US$ 5,3 bilhões da Plaid, uma startup de open banking com sede nos EUA, antes de ter que cancelar a aquisição depois de se deparar com um muro regulatório.

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