Febraban Tech 2023

Computação em nuvem é a plataforma de inovação do setor financeiro

Bradesco, Santander e Itaú Unibanco são unânimes: ficar fora da cloud é ignorar a inovação. Especializar os profissionais é exigência para maior produtividade. Itaú Unibanco, por exemplo, tem 5 mil profissionais certificados em cloud computing.

Especial Febraban Tech 2023

Vista com desconfiança há pouco menos de uma década, a computação em nuvem entrou definitivamente na estratégia tecnológica do setor financeiro, como plataforma preferencial de inovação. “Ficar fora de cloud é ignorar a inovação”, afirmou Cintia Barcelos, diretora de Tecnologia do Bradesco, durante o painel “No caminho das nuvens: como acelerar e gerenciar a migração para cloud”, realizado no FEBRABAN TECH.

Atentas à segurança e à privacidade dos dados, as empresas do setor definiram que toda e qualquer inovação será desenvolvida e implementada em cloud. Os sistemas legados, ao contrário, vêm passando por um processo de avaliação de necessidade e relevância, em especial quanto à diferença que oferecem ao cliente final.

Segundo a IDC, 67% das instituições financeiras têm estratégia de computação em nuvem, com foco em produtividade, economia de tempo de implementação e ganho de desempenho, principalmente. No Bradesco, que tem 98% transações no ambiente digital, vê o ambiente de cloud como estratégico para reduzir o tempo de lançamento de novas aplicações (time to market). No Banco, a computação em nuvem viabilizou o lançamento da inteligência artificial BIA e hoje contribui para o crescimento de 40% a 50% da produtividade dos desenvolvedores.

Ricardo Contrucci, chief technology officer (CTO) do Santander, compartilhou que todas as entregas de Open Finance do Banco são feitas sem cloud. “O ambiente nos dá muita agilidade. Conseguimos identificar problemas e avaliar a capacidade de cada produto na fase de desenho da aplicação”, disse.


Desempenho semelhante foi compartilhado por Fabio Napoli, diretor de TI do Itaú Unibanco. Segundo ele, a decisão do Banco de migrar processos para o ambiente de nuvem segue os critérios da modernização e da competitividade.

Como resultados, Napoli compartilha que desde o primeiro trimestre de 2018 até aqui, o Itaú Unibanco aumentou em 10 vezes a velocidade de entrega de novos produtos e reduziu 98% das falhas. O que prova que a computação em nuvem deixou de ser uma oferta de infraestrutura como serviço para assumir papel mais estratégico, especialmente com a integração da inteligência artificial aos sistemas de gerenciamentos do ambiente.

Os profissionais e o legado

Com um processo de migração milimetricamente planejado, os bancos adotaram o cuido de não só dominar os meandros da tecnologia, como de treinar seus profissionais para se tornarem independentes dos provedores de serviços.

Usuário de multicloud – nuvem própria e contrato com dois provedores de nuvem pública -, o Santander está entre as instituições que intensificaram o treinamento de profissionais internos. Contrucci conta que todas as inovações do Banco nascem em cloud e a migração do legado segue o critério da relevância para o negócio e os diferenciais entregues ao cliente.

Napoli, do Itaú Unibanco, contou que o Banco tem incentivado a certificação de profissionais e hoje conta com 5 mil certificações em cloud. “Cloud é democrática. Permitimos que todos sejam treinados para acelerarmos as iniciativas”, disse. 

Para intensificar o ganho de produtividade, os bancos estudam a integração da inteligência artificial em algumas áreas. “A IA Generativa tem que resolver problemas. Estamos estudando muito a tecnologia para buscar mudanças instrumentais. Pode chegar a um momento de não termos mais processos”, exemplificou Fabio Napoli.

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