Febraban Tech 2023
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Bradesco usa Open Finance para testar a computação quântica

Bradesco começou a usar a computação quântica no Open Finance e a entender como construir os modelos de arquitetura, antecipou a CTO, Cintia Barcelos.

Especial Febraban Tech 2023

A promessa de saltos na velocidade de processamento com a computação quântica abre caminho para novas aplicações, mas também exige uma preparação intensa das organizações em geral – e dos bancos em especial – diante de novos desafios de segurança. Afinal, se hoje os computadores não são capazes de quebrar as chaves criptográficas, elas serão vulneráveis à computação quântica.

“Tem um problema que até hoje a computação clássica não resolveu, a criptografia assimétrica. Hoje, um computador clássico não é capaz de quebrar essa chave, que usamos para tudo, para transação financeira, para certificação digital. E o computador quântico vai ser capaz de quebrar até 2030 a criptografia assimétrica”, lembrou a CTO do Bradesco, Cintia Barcelos, ao conversar com o Convergência Digital durante o FEBRABAN TECH 2023

“Imagine quantas coisas usam criptografia assimétrica. Será um esforço como o que tivemos no ano 2000, de mapear todos os sistemas. Agora temos que fazer isso para a criptografia assimétrica. Estamos começando com um primeiro caso de uso. Vamos pegar o Open Finance e entender dentro dele tudo o que utiliza criptografia assimétrica e entender como construir os modelos de arquitetura e já deixar tudo pronto para que quando saírem os algoritmos pós quantum a gente consiga facilmente fazer a troca”, explicou a CTO do Bradesco. 

E as aplicações já são pensadas para funcionar no modelo de nuvem. “Esse modelo e esse blueprint de arquitetura estão sendo utilizados para tudo que estamos levando para a cloud, para construir as aplicações nativas em cloud. Porque aí o novo já nasce no formato que tem que ser. E depois vamos usar essa mesma tecnologia do Open Finance para varrer o legado inteiro e estarmos prontos para quando, em 2030, o computador quântico conseguir quebrar isso, já estarmos preparados.”

Como destacou Cintia Barcelos, avanços tecnológicos servem para o bem, mas também para o mal, o que exige preparação constante. “Todas as inovações são utilizadas pelo lado positivo e também pelos hackers. Hackers usam cloud para fazer ataques em massa, o que antes era muito caro. A inteligência artificial que usamos na BIA, nos motores de crédito, nas recomendações de investimento, em tudo, também os hackers usam para entender os modelos de proteção. Eles estudam as soluções de segurança com inteligência artificial para entender o modelo e criar um melhor”, disse. “É uma guerra de IA contra IA. E a computação quântica vai ser igual. A área de segurança usa para se proteger e sempre haverá uma turma que usa para atacar. Esse é o jogo.” Assistam à entrevista com Cintia Barcelos, CTO do Bradesco.


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