Mais que digitalizar, a ordem é tirar a burocracia do serviço ao cidadão
"Um dos nossos desafios é criar uma linguagem cidadã, ou seja, uma linguagem que seja entendida por todos, inclusive por quem não tem a tecnologia no dia a dia", afirma o presidente da Procergs e do Conselho da ABEP TIC, José Leal.
A transformação digital está em pleno curso e deve ser oportunidade para os governos reverem processos tendo em vista o melhor atendimento ao cidadão. Como ressaltou o presidente do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio Grande do Sul, Procergs, José Leal, também presidente do Conselho da ABEP TIC, digitalizar tem que ser sinônimo de desburocratizar.
“Digitalizar o serviço não é simplesmente tornar digital, mas simplificar esse serviço para o cidadão. É ter um único canal de comunicação, de forma que ele possa consumir aquele serviço independentemente da origem, de forma fácil e intuitiva, com uma experiência adequada”, afirmou, em entrevista durante o IV Workshop ABEP TIC, realizado em Brasília nos dias 20 e 21 de julho.
A transformação digital do Rio Grande do Sul rendeu ao estado o tricampeonato do índice que avalia a evolução dos serviços digitais no país, elaborado pela ABEP TIC.
“No nosso portal, temos todos os serviços estaduais e acesso aos serviços federais e municipais também. E embora tenhamos todos os serviços, consideramos que 94% estão efetivamente digitalizados, justamente porque não simplificamos e desburocratizamos esses 6% restantes”, disse Leal.
Para ele, a transformação digital também deve envolver a forma de comunicação com os cidadãos, buscando ser acessível e compreensível a todos, o que incluiu reproduzir a facilidade do atendimento digital no presencial.
“Além de simplificar, e temos a ABEP como input para isso, temos que criar uma linguagem cidadã. Hoje, as cartas de serviços ainda estão em linguajar de especialistas naqueles serviços. Não é algo fácil para o cidadão. Então além de digitalizar, precisa simplificar a linguagem.” Assista a entrevista.