Hospital Sírio-Libanês cria o primeiro data lake de saúde da América Latina
Instituição investiu na parceria com a AWS para ter uma plataforma de dados padronizada e interoperável.
Há dois anos, durante o planejamento estratégico, o Hospital Sírio-Libanês, complexo hospitalar brasileiro com sede na cidade de São Paulo e atuação também em Brasília, definiu como prioridade conduzir um projeto de repositório de dados para que eles pudessem ser padronizados e interoperáveis, além de ter as unidades interconectadas.
“Colocamos o desafio de criarmos uma jornada digital, saindo de uma situação ainda analógica e querendo caminhar para um hospital orientando por dados, data driven. Junto com a AWS entendemos que o primeiro passo era dar um passo para trás e construir de maneira conjunta um data lake”, explicou o CEO do Sírio-Libanês, Paulo Nigro, em entrevista à CDTV, durante o AWS Summit São Paulo 2023, realizado na semana passada.
A jornada evoluiu até chegar ao momento atual, quando o hospital lançou, há cerca de dois meses, um health lake junto com a AWS. Segundo Nigro, trata-se do primeiro health lake da América Latina. “Você precisa padronizar os dados e ter a capacidade de extrair estes dados de maneira interoperável para que possa fazer alguma coisa com ele. Por exemplo, hoje quem está na ponta tem capacidade muito maior de desenvolver novos produtos, novos processos e novas rotinas”, detalhou.
Olhando adiante, o cenário que o Sírio-Libanês vislumbra é de ter um ecossistema interoperável com as diversas partes interessadas. Para tanto, está construindo uma plataforma plug-and-play para permitir a conexão com outras instituições. “Inclusive, já oferecemos isso para o governo, porque isso é piloto para o que o governo tem intenção de desenvolver que é um SUS e-health, que seja interoperável e que chegue um dia de ter prontuário do indivíduo que seja único”, adiantou.
Trabalhando de forma interoperável e plug-and-play vai abrir a instituição para startups e outros players que queiram se plugar, que se adequem a este movimento e assim podem somar forças, criando um grande marketplace. Segundo Nigro, algumas conversas nesse sentido estão sendo conduzidas, mas as organizações têm diferentes níveis de maturidade. “O sonho disso tudo, de ter dados padronizados e interoperáveis, de ter um e-health, é a gente usar os dados para melhorar a vida de quem nos procura; que a gente possa, usando inteligência artificial, machine learning e outras ferramentas que a gente possa individualizar o tratamento, dar uma melhor indicação e trazer predição”, destacou.