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Mercado

SuperOpa cria IA para dar o melhor preço a alimento prestes a vencer

O SuperOpa nasceu com objetivo de combater o desperdício de alimentos e ajudar a diminuir a insegurança alimentar. Para isso, o aplicativo conecta a indústria e distribuidores de alimentos com consumidores, oferecendo produtos — normalmente perto do vencimento — com até 70% de desconto.

Mas no meio desta jornada, a startup enfrentou o desafio da correta precificação. Quanto custa um produto que está prestes a vencer? “A gente tinha o problema de precificar os produtos. Começamos a fazer isso no braço, mas isso não tinha uma eficiência tão boa”, contou Luis Borba, fundador e CEO da empresa.

De acordo com a empresa, a maior parte dos produtos excede a data de validade antes de chegar às prateleiras dos supermercados ou não são aceitos em mercados convencionais por conta de pequenas avarias. O SuperOpa mapeia as indústrias que possuem este problema e realiza a venda e entrega dos itens por um preço muito menor em comparação aos varejistas tradicionais.

Então, a startup entendeu que precisava trabalhar em cima de algoritmos de inteligência artificial e, hoje, a IA já é uma realidade para fazer a precificação dos produtos. O mecanismo avalia variáveis como sazonalidade e quando o produto vai vencer, afinal, quanto mais próximo à data de validade, mais agressivo deve ser o preço.

O projeto com Inteligência Artificial foi desenvolvido internamente, com equipe própria, e ganhou forma depois de a startup ter participado de uma aceleração do Google em junho de 2022. Foram contratados cientistas de dados e estatísticos para o desenvolvimento das ferramentas, entre elas algoritmo que faz tokenização de informação e machine learning para precificação. O time interno trabalha ainda para alimentar a ferramenta com dados para obter uma assertividade melhor.


Entre as variáveis que mais impactam os preços dos produtos estão a sazonalidade, o equilíbrio entre oferta e demanda e os valores praticados por outras redes de supermercados. A IA coleta preços de vários estabelecimentos na internet, alimenta um banco de dados e descobre o menor preço de um produto, assim como seu valor médio e máximo, analisando o comportamento do preço nos últimos meses e o histórico de vendas do produto para averiguar a precificação ideal.  

“É feita uma varredura na internet para entender os preços cobrados. O primeiro obstáculo é entender se os produtos são os mesmos, já que nem sempre os nomes anunciados são os mesmos. Também são avaliados os preços nos supermercados e os dados de sazonalidade”, explicou Luis Borba ao Convergência Digital. O SuperOpa também criou um index com informações sobre o comportamento do preço das mercadorias para auxiliar a ferramenta a calcular os valores adequados para comercialização.

Outro desafio é explicar para a indústria que ela teria que oferecer descontos maiores se quisesse vender para um público com menor renda, mas qual é o desconto ideal para este consumidor? A IA também ajuda a resolver esta equação, porque consegue acessar a internet, alimentar o banco de dados do SuperOpa e cruzar diversas informações que uma pessoa levaria muito mais tempo para fazer.

Borba afirmou que a empresa quer seguir investindo em IA. “A gente continua investindo recursos da empresa em IA, mas com time limitado de pessoas. Se levantasse mais uma rodada de investimentos ia colocar recursos para aprimorar IA com a ideia de otimizar 100% a área de compra, automatizar o processo e ganhar agilidade”, apontou.

Em 2022, a startup cresceu cerca de 146%, o que representa mais de 1 mil toneladas de alimentos e produtos salvos e mais de 20 milhões de reais gerados em economia. O SuperOpa atendeu 10 mil consumidores das classes C e D, que, segundo a empresa, economizaram mais de R$ 3 milhões em compras. O SuperOpa possui um centro de distribuição em Campinas (SP), de onde saem os produtos que os consumidores recebem em suas residências ou em um ponto de retirada. Há também contêineres que facilitam a entrega dos pedidos para consumidores que moram em periferias e em comunidades de difícil acesso.

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