Telecom

Teles pressionam para que empresas de internet paguem por uso de redes

"Apenas sete empresas globais concentram 52% do trafego total de internet no mundo e 67% do trafego móvel. Que haja contribuição para o pagamento da conectividade", disparou o presidente da Vivo e da Telebrasil, Christian Gebara.

As maiores operadoras de telecomunicações do Brasil engrossaram o tom e usaram o Painel Telebrasil 2023, o principal evento de posicionamento político do setor, para cobrar uma solução para a “sustentabilidade da infraestrutura”. Ou seja, como fazer com que as maiores empresas de conteúdo na internet colaborem com o custeio das redes visto responsáveis pela maior demanda.

“Precisamos urgentemente endereçar solução para a sustentabilidade  da infraestrutura de telecom. As big techs também precisam remunerar o serviço prestado, o que não acontece hoje em evidente distorção de mercado. O Brasil não pode ficar de fora desse debate mundial. A remuneração das redes precisa estar na pauta do país”, disse o presidente da Claro, José Félix, ao abrir o evento nesta terça, 12/9. 

Seu sucessor na presidência da Telebrasil, o presidente da Vivo Christian Gebara, foi ainda mais enfático. “Apenas sete grandes empresas globais concentram 52% do tráfego total de internet no mundo e 67% do trafego móvel. Que haja contribuição pelas OTTs pelo pagamento do serviço de conectividade que usam das operadoras. Grande parte do crescimento do tráfego de dados é por serviços de vídeo, que em 2022 já representou 66% do tráfego e vai chegar a 80% até 2028”, disparou. 

Questionado por esta Convergência Digital se o caminho seria algum tipo de cobrança, Gebara reconheceu que não há uma proposta específica. “Não estamos necessariamente falando de uma taxa. Pode ser em alguma forma de remuneração, também é possível que haja compressão dos conteúdos. Mas precisamos tratar desse tema para garantir que os benefícios da inclusão digital alcancem a todos”, insistiu o presidente da Vivo e da Telebrasil. 

Ele reconhece que o assunto exige uma nova abordagem pelas próprias operadoras, especialmente sobre a oferta de aplicativos de que não consomem as franquias de dados. “Isso começou quando os aplicativos era muito mais baseados em textos do que em vídeo. Agora tudo é vídeo. E de certa forma também damos sinais contraditórios com as ofertas de zero rating. Portanto, isso é algo que cabe conversarmos como setor”, disse Gebara. 


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