Futurecom 2023

Redes neutras exigem espaço nos postes de energia elétrica

O mercado de redes neutras avança no Brasil e já é responsável por 18% dos acessos em banda larga fixa do País, segundo as quatro maiores empresas do país nesse segmento. E como destacado em tom uníssono durante o Futurecom 2023, exigem garantia de acesso aos postes de energia elétrica na nova resolução costurada por Aneel e Anatel. 

“A solução para o uso dos postes vai passar pelo que temos feito em compartilhamento de infraestrutura. O que a gente precisa e pleiteia é que nesse novo modelo tenhamos acesso aos postes. Não adianta ter um ‘posteiro’ com cinco, seis, sete pontos no poste e mais de 150 pessoas querendo usá-lo, porque gera uma escassez prejudicial”, afirmou o diretor comercial da I-Systems, Márcio Estefan. 

“A questão dos postes precisa de um conjunto de medidas. O posteiro pode ser um caminho, mas não há dúvidas que a rede neutra é um elemento importante. Uma fibra compartilhada por vários provedores pode ser o início das medidas que vão resolver esse tema”, emendou o vice-presidente da V.tal, Pedro Arakawa. 

O segmento ressaltou a importância dessa infraestrutura, não apenas para garantir competição no mercado de banda larga, mas para a própria disseminação do 5G no País. E embora todas tenham descartado qualquer interesse em atuar como ‘posteiras’, insistiram que o modelo deve preservar neutralidade, isonomia e não discriminação. 


“Poste afeta não apenas a banda larga fixa, mas também a telefonia 5G. É super importante para soluções de adensamento para que a telefonia móvel possa entregar o potencial total do 5G. E para que isso aconteça plenamente, precisa colocar equipamentos, com todos os elementos conectados por fibras que podem ser cativas ou podem ser de redes neutras”, disse o diretor-sênior de Fibra da American Tower, Daniel Laper. 

Como lembrou o CEO da FiBrasil, André Kriger, o desempenho das redes neutras tem impacto na qualidade e na competição do mercado e tende a se tornar regra na implantação da infraestrutura, como já aconteceu com outros elementos, como as torres. E o uso dos postes deve também levar em conta essa premissa. 

“A rede neutra já responde por 18% da banda larga e e vai ser mais de 20% até o fim de 2023. E o que percebemos é que, toda vez que uma rede neutra chega em uma cidade, o nível de qualidade muda, inclusive a qualidade percebida pelo cliente. Hoje, temos cidades em que a rede viabilizou até cinco players operando. Olhando para os postes, vemos muito mais interesse do que os cinco pontos que têm espaço. Então seria possível que quem quer usar postes possa migrar para nossas redes”, afirmou. 

O vice-presidente de vendas da Infinera, Gustavo Divinski, destacou que o problema do uso dos postes não é exclusivo do Brasil, até porque a regulação vem naturalmente atrás da evolução tecnológica. Mas insistiu que a lógica do compartilhamento faz sentido para reduzir custos. “A redução do Capex é o mais importante. Ao permitir compartilhar, cai o custo do acesso e isso representa um impacto social do acesso à conectividade.”

Esse impacto, reforçou o CEO da Nokia Brasil, Ailton Santos, é um ponto fundamental. “A queda do custo do bit viabiliza coisas como ‘edge datacenter’ e, quando viabiliza isso, abre outros serviços na cadeia como um todo. E tem uma questão social. A rede neutra permite socializar onde não faz sentido para uma empresa investir sozinha e com isso chegar a áreas que hoje não são atendidas. Portanto, acima de tudo, não é só viável economicamente, mas necessário socialmente.”

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