Governo sinaliza que pode dar 700 Mhz para o celular na faixa de 6GHz
O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, antecipou a disposição do governo brasileiro de rever sua posição na faixa de 6GHz – dedicada integralmente 1200 MHz às empresas de Wi-Fi. O anúncio foi feito apóis uma reunião realizada na Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23) em Dubai, com o vice-ministro de telecomunicações da China, Zhang Yunming, e representantes da Huawei.
Segundo o ministério, foi discutida a ocupação da faixa de 6 GHz e o espectro para a 6ª geração de sistemas de Telecomunicações Móveis Internacionais (IMT), em que a delegação chinesa “pediu apoio aos brasileiros para um documento deles sobre a faixa de 6GHz, onde a China propõe dividir a frequência da faixa, destinando os primeiros 500 MHz para o Wi-Fi e os outros 700 MHz para o IMT”. Segundo o ministério, o Brasil ficou de estudar uma solução para conciliar os interesses nesse tema.
Em contrapartida, o governo brasileiro pediu apoio “para que a China aprove o posicionamento em relação à utilização de estações em plataforma de alta altitude (HAPs) como estações base IMT (HIBS) no serviço móvel em determinadas faixas de frequências abaixo dos 2,7 GHz já identificadas para IMT, a nível global ou regional. O uso do HIBS pode ser uma boa oportunidade para suprir as necessidades de conectividade no Brasil, principalmente em áreas não servidas ou com baixa oferta de serviço”.
Participaram da reunião, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o vice-ministro de Telecomunicações da China, Zhang Yunming, além de representantes da Huawei: Atilio Rulli, Carlos Lauria, Zhu Li, Zhou Dongfei, Ma Xiaobin, Chen Chuanfei e Wang Hu. O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, já tinha dado a entender que se houvesse a necessidade, a agência reguladora poderia rever a sua posição – até então favorável a dedicar os 1200 MHz da faixa de 6GHz ao Wi-Fi.