AWS foca estratégia em IA generativa e parte pra cima da Microsoft e do ChatGPT
Las Vegas, EUA – Embalado por um show de rock que acordou 50 mil visitantes desde às 7h da manhã, o CEO da AWS, Adam Selipsky, abriu o palco do re:Invent 2023 nesta terça, 28/11, com uma sequência de anúncios e lançamentos de novas ferramentas que usam inteligência artificial, especialmente generativa, em uma clara estratégia de partir para cima dos rivais, notadamente a Microsoft e a parceira OpenAI, do ChatGPT.
“Você não quer um provedor de nuvem comprometido principalmente a um provedor de modelo, precisa ter escolha real. Os acontecimentos dos últimos dez dias deixaram isso muito claro”, disparou Selipsky, em referência à demissão – e subsequente retorno – do presidente da Open AI, Sam Altman.
Ainda mais diretamente, o executivo colocou nos telões do gigantesco auditório em um hotel de Las Vegas réplicas da notícia de que a Microsoft chegou a restringir o acesso ao ChatGPT, no começo deste novembro, mencionando preocupações de segurança.
“Não se usará nada disso de maneira séria se não for seguro e privado. E quando penso nisso, não consigo imaginar fornecedores top oferecendo sistemas de IA generativa ou clientes usando sem a certeza de que dados estarão seguros”, disse Selipsky.
Pioneira na computação em nuvem e líder de mercado, com cerca de 33%, a AWS está reagindo ao desempenho da Azure, a nuvem da Microsoft, que este ano experimentou um crescimento mais acelerado, justamente porque embalada pelo uso da inteligência artificial generativa, graças à parceria com a OpenAI e a popularização do ChatGPT. A Microsoft tem cerca de 22% do mercado de nuvem, seguida pela Google, com 11% – e ambas cresceram mais nos últimos meses.
Nesse cenário em que a IA traz um componente novo na disputa entre os maiores provedores de nuvem, a AWS centrou a estratégia na tecnologia e fez uma série de lançamentos de novas ferramentas. Além de mostrar que sua plataforma de IA Bedrock usa vários modelos, como Claude, Diffusion XL, Cohere, Titan e Llama2, a empresa apresentou o Amazon Q, um assistente de IA generativa personalizado para o contexto específico de cada cliente.
“Não haverá um modelo líder. Diferentes modelos funcionam melhor para diferentes casos de uso”, reforçou o CEO da AWS. E no contexto da IA mais segura, Selipsky anunciou o Guardrails, integrado ao Bedrock, que permite que sejam filtrados conteúdos considerados prejudiciais.
A AWS também anunciou novos chips – Graviton 4 e Trainium 2, este para treinamento de grandes modelos de linguagem, como os inseridos na plataforma de IA da companhia. E nessa mesma linha, um grande destaque foi a dobradinha com o CEO da Nvidia, Jensen Huang, para anunciar que as duas empresas estão ampliando a parceria – e o acesso da nuvem da AWS aos mais novos chips GPU da Nvidia, no que foi tratado como o primeiro supercomputador de IA em nuvem.