Venda de PCs despenca 20,5% no B2B no 3º trimestre
O mercado brasileiro de PCs se manteve em baixa no terceiro trimestre de 2023. Nos meses de julho, agosto e setembro deste ano foram vendidos cerca de 1,98 milhão de computadores, uma queda de 9,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o resultado foi de 2,18 milhões, revela a IDC Brasil.
Os dados mostram que foram vendidos 477,6 mil desktops no período uma diminuição de 17,1% sobre o terceiro trimestre de 2022. Os notebooks também apresentaram uma retração no período com 1,48 milhão de produtos vendidos, 9,9% a menos do que em 2022.
Como alento, o varejo demonstrou uma pequena retomada com crescimento de 0,6% em relação ao terceiro trimestre de 2022, totalizando 1,13 milhão de computadores vendidos. Mas o segmento corporativo sofreu com uma queda de 20,5% e fechou o período com apenas 842,5 mil máquinas comercializadas.
Segundo Renato Meireles, analista sênior de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, “fatores relacionados ao cenário macroeconômico e às decisões que tramitam no âmbito governamental – como a reforma tributária, a desoneração da folha de pagamento e demais pautas que impactam diretamente nas decisões estratégicas do setor privado –, refletiram na desaceleração da categoria.”
Quanto aos preços, no terceiro trimestre de 2023, os custos médios de desktops e notebooks foram, respectivamente, de R$ 3.888 e R$ 3.205, reduções de 9,9% e 17,1%. Entretando, Meireles explica que as baixas de preços não foram suficientes para alavancar os resultados “Houve uma diminuição expressiva do ticket médio dos computadores como estratégia para estimular o sellout. O resultado foi uma competitividade agressiva entre as marcas e queda nas receitas se comparado ao ano anterior”, avalia Meireles. O faturamento total do mercado de computadores no terceiro trimestre de 2023 foi de R$ 3,6 bilhões, cerca de 17% menor do que nos mesmos meses do ano anterior.
Projeções para 2024
Para o próximo ano, a IDC projeta um ano com crescimento de 2% na categoria de PCs, totalizando 7,8 milhões de unidades previstas em consumer (B2C) e commercial (B2B) juntos. “No B2B, o processo de compra de computadores segue em etapas mais avançadas nos setores públicos governamentais e de educação, devendo movimentar 3,4 milhões de unidades – um crescimento de 4.7% ano contra ano”, destaca Meireles.
“Já no B2C a projeção é de um mercado estabilizado, com resultado similar ao desse ano, totalizando 4,3 milhões de unidades. Esse cenário deve ser resultado de um aumento do ticket médio dos produtos combinado com menor poder de compra do consumidor, além de incerteza econômicas”.
A IDC Brasil destaca ainda um provável crescimento na categoria de desktop consumer (B2C) no segmento gamer, que deve aumentar 1,1% ano contra ano, totalizando 920 mil unidades previstas. “É possível ver a mudança no segmento gamer pelo avanço tecnológico que está mudando significativamente a natureza dos jogos, cada vez mais rápidos e visualmente atrativos. Sendo assim, a tendência é de uma forte demanda de consumidores por desktops e periféricos”.