Empresas reclamam da falta de talentos, mas treinam pouco o uso de Inteligência Artificial
A alta liderança das empresas da América do Sul tem visto a inteligência artificial (IA) e a IA generativa (GenAI) como oportunidade e não ameaça, segundo nova pesquisa do Boston Consulting Group. Entretanto, se a tecnologia é vista com otimismo por 86% dos entrevistados, uma porcentagem inferior (75%) afirma que aumentará seus investimentos em IA e GenAI em 2024, percentual inferior à média global de 85%. O estudo do BCG é baseado em uma pesquisa com mais de 1.400 executivos C-Level em 50 mercados e 14 setores.
Mesmo com o potencial da inteligência artificial e IA generativa apresentado em 2023, lideranças de todo o mundo ainda lutam para transformar o “hype” em realidade. 66% dos executivos estão incertos ou totalmente insatisfeitos com o progresso de suas organizações em relação à IA e GenAI até agora. Entre as três principais dificuldades apontadas, estão: falta de talento e habilidades (62%), falta de definição quanto aos planos de implementação e prioridades de investimento em IA e GenAI (47%) e ausência de uma estratégia em relação à responsabilidade na IA e GenAI (42%).
Em relação às expectativas de ganhos de produtividade com as tecnologias, a pesquisa do BCG revela, ainda, que a América do Sul é a região mais conservadora. Na região, 29% dos executivos esperam ganhos de 10% ou mais em 2024, sendo que a expectativa média global é de 46%. Além disso, 55% dos líderes empresariais sul-americanos relatam falta de orientação ou restrições sobre o uso de IA/IA generativa no trabalho, enquanto 69% aguardam definições específicas nas regulamentações para avançar com as iniciativas.
“Quando a tecnologia está mudando tão rapidamente, pode ser tentador esperar para ver o rumo que será tomado. Mas com a GenAI, notamos que as empresas líderes estão experimentando, aprendendo e construindo habilidades em escala enquanto as mudanças acontecem”, afirma Caio Guimarães, diretor executivo e sócio do BCG. É necessário treinamento para ampliar o uso das tecnologias no dia a dia, porém, o estudo do BCG mostra que apenas 6% das empresas treinaram mais de 25% de suas equipes em ferramentas de GenAI até agora – o que justificaria a opinião de 73% dos executivos regionais que não têm confiança na proficiência de seus funcionários na tecnologia.
Globalmente, 89% dos executivos classificam a IA e a GenAI como uma das três principais prioridades tecnológicas para 2024, e 71% deles afirmam que planejam aumentar os investimentos em tecnologia neste ano, um aumento de 11 pontos em relação a 2023. Ainda, 54% dos líderes já esperam que a GenIA proporcione redução de custos este ano, principalmente por meio de ganhos de produtividade em operações, atendimento ao cliente e TI.
“A IA generativa pode ser aproveitada para melhorar a eficiência de tarefas diárias, remodelar funções e criar modelos de negócios. Desbloquear o potencial da tecnologia significa aumentar produtividade, impulsionar a receita e criar vantagem competitiva a longo prazo”, finaliza Guimarães.