Vivo quer ter acesso ao contrato da Oi com a V.tal para pensar na Oi Fibra
CEO da operadora, Christian Gebara, revelou ainda que as negociações com a Anatel no TCU vão até maio.
A Vivo investiu cerca de R$ 9 bilhões em 2023 e deverá manter esse ritmo em 2024, especialmente na expansão do 5G e da fibra óptica. Mas nesse montante não está incluída qualquer operação de fusão ou aquisição que a empresa venha a fazer, antecipou o CEO da operadora, Christian Gebara, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21/02, para a divulgação dos resultados do quarto trimestre.
“São situações independentes. Toda e qualquer aquisição será feita a partir de recursos fora do Capex previsto”, explicou, porém, Gebara descartou qualquer movimento, por agora, de aquisição ou fusão. Indagado mais uma vez sobre a Oi Fibra, colocada à venda no segundo plano de recuperação da Oi, Gebara, como o CEO da TIM, Alberto Griselli, já tinha dito, ressaltou a complexidade da operação, uma vez que envolve uma terceira parte, no caso a rede neutra V.tal.
Gebara diz que avalia todo e qualquer ativo existente no Brasil, mas garantiu que não há elemento para fazer qualquer proposta. “Precisamos de mais visibilidade do contrato da Oi com a V.tal, precisamos dessas informações para elaborar qualquer situação. Está muito cedo para colocarmos uma proposta à mesa”, decretou.
Indagado sobre a Oi Soluções, unidade de B2B da Oi, se poderia vir a ser um ativo estratégico para a Telefonica Tech, que cuida dos negócios digitais da Vivo, Gebara preferiu manter a cautela. “Qualquer ativo é avaliado para quem quer liderar. Temos a certeza que o B2B é e será cada vez mais estratégico para nós, mas nesse momento, não temos nada à mesa”, ressaltou.
Concessão
As negociações entre a Telefônica Brasil e a Anatel no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o valor da concessão de telefonia fixa vão até maio, uma vez que a Corte de Contas iniciou o processo de solução consensual no dia 23 de janeiro, revelou o CEO da Vivo, Christian Gebara.
“Existe um desequilíbrio e insustentabilidade da concessão há muitos anos, que tem um valor muito elevado em compromissos. Nós apresentamos um valor, a Anatel pede outro valor, queremos o encontro de contas para ter algo consensual. Os investimentos têm de estar 100% orientados às novas tecnologias e não em serviços sem demanda”, pontuou.
Os serviços sem demanda seriam, na visão da Vivo, a telefonia fixa e a banda larga via ADSL, que ainda tem 23mil acessos contabilizados no final de 2023 na operadora. Gebara diz que a migração do cliente de um serviço ‘que não atende mais’ para um novo é natural. “E eles não migram apenas para a fibra da Vivo. Eles estão migrando para outros provedores também onde não temos como oferecer serviços melhores porque não temos rede em todos os lugares”, completou o executivo.