Telecom

Carlos Baigorri: “Não recebi proposta formal, nem informal das teles sobre fair share”

Presidente da Anatel cobra posição das teles na tomada de subsídio, mas adverte: "tomada não é sobre quem ganha ou quem perde dinheiro".

As teles não apresentaram propostas formal, nem informal sobre um modelo de compensação de fair share, ou cobrança de taxa das big techs pelo uso da capacidade de rede, afirma o presidente da Anatel, Carlos Baigorri. “Espero que elas apresentem na tomada de subsídios que está acontecendo agora”, detalhou ao Convergência Digital, em entrevista concedida durante o Mobile World Congress, nesta terça-feira, 27/02, em Barcelona, na Espanha. 

Baigorri participou de um painel fechado, no GSMA Ministery, exatamente sobre o fair share, com a participação de operadoras, reguladoras e até de big techs.  Ao Convergência Digital, o presidente da Anatel disse que o debate segue dentro de uma perspectiva distributiva – onde um lado reclama de ganhar menos dinheiro do que o outro, mas que essa não é a abordagem da Anatel. 

“Quando decidimos lançar a tomada de subsídio, não foi por uma  questão de diferença de rentabilidade das empresas, mas de uso adequado das redes¨, afirmou. A tomada de subsídio, adicionou Baigorri, foi motivada pelas denúncias contra as robocalls (telemarketing repetitivo) e constatou que apenas 54 empresas eram as responsáveis por 84% de todas as chamadas telefônicas realizadas no Brasil. 

¨Se um usuário começa a usar de forma indevida esse recurso compartilhado (a rede), ele começa a disputar com todos os demais usuários. O usuário tem o dever de usar de forma adequada às redes de telecomunicações”,  completou. Vale lembrar que no MWC 24, as operadoras, por meio do CEO da Telefónica e chairman da GSMA, José María Pallete, mudaram o tom do discurso.  A palavra fair share sumiu do vocabulário. Entrou o ‘uso responsável da rede’ e colaboração para a construção de uma infraestrutura capaz de suportar o futuro digital. 


Botão Voltar ao topo