A Amazon Web Services (AWS) passou a isentar taxas associadas à transferência de dados para a Internet (DTO) a partir da nuvem AWS para clientes com 100 GB, seguindo os passos da rival Google Cloud. Medida já é válida no Brasil. Agora a Microsoft é o único hyperscaler de nuvem a cobrar a taxa, considerada pelos reguladores como estratégia de negócios anticompetitiva.
Num exame recente do mercado de infraestruturas em nuvem do Reino Unido, o regulador de comunicações Ofcom determinou que as margens de lucro impressionantes para a AWS e a Microsoft mostram que “há limites para o nível geral de concorrência”, de acordo com o regulador.
Uma investigação feita pela Ofcom, o órgão regulador do Reino Unido, apurou que as taxas de saída, ou encargos pagos pelos clientes para mover os seus dados para fora da nuvem, são significativamente mais elevadas com hiperscaladores do que com fornecedores de nuvem menores. Esses altos custos, pondera o estudo, desencorajam os clientes a adotarem a multicloud e, em última análise, impedem que os clientes mudem completamente para um provedor de nuvem diferente.
Os clientes dos grandes provedores de nuvem também tendem a enfrentar barreiras técnicas tanto à interoperabilidade quanto à portabilidade. Isso significa que eles devem reconfigurar seus aplicativos e dados para compatibilidade com diferentes ambientes de nuvem. “Isso torna mais difícil combinar diferentes serviços entre provedores de nuvem ou mudar de provedor”, disseram os reguladores.
“Acreditamos que é um direito do clieente ter esta escolha de migrar seus dados para outro provedor de nuvem ou local”, escreveu em blog, Sebastien Stormacq da AWS. Mas não foi apenas para dar o direito ao cliente que a AWS mudou. Ela também teve que se adequar, admitiu o executivo, as diretrizes da Lei Europeia de Dados.
